De acordo com a professora Liliane, alguns temas quentes da redação do Enem em 2021 que se encaixam com a proposta incluem: maus-tratos aos animais, saúde mental na sociedade brasileira, valorização do SUS em época de pandemia, habilidades e competências para as profissões do futuro, ensino virtual e novos meios de acesso à educação.
A professora de redação Liliane Silva é licenciada em Letras – Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Ouro Preto e professora há mais de 22 anos em cursos pré-vestibulares nas cidades de Itabirito, Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Ouro Preto, Mariana, Belo Horizonte, Ipatinga, Timóteo, Governador Valadares, Caratinga e Manhuaçu, além de ter sido diretora pedagógica do Colégio Genoma em Caratinga por 3 anos.
Assim, para produzir uma redação nota 1.000 no Enem, é fundamental conhecer os temas atuais da sociedade que mais repercutem nos noticiários e nas mídias, e que envolvem todos enquanto cidadãos.
Que tal conhecer um pouco mais dos temas quentes da Redação do Enem sugeridos pela professora Liliane?
Temas quentes Redação Enem: Maus-tratos aos Animais
A questão dos maus-tratos aos animais no Brasil tem como base o Decreto-Lei nº 24.645, de julho de 1934, mesmo tendo sido revogado em 1991, pois continua servindo de parâmetro para delimitar os atos de violência.
De acordo com o artigo 3º desse decreto e suas disposições, estavam classificadas 31 práticas consideradas como maus-tratos aos animais que configuram crime e punição, por exemplo:
- Praticar ato de abuso ou crueldade em qualquer animal.
- Manter animais em lugares anti-higiênicos ou que lhes impeçam a respiração, o movimento ou o descanso, ou os privem de ar ou luz.
- Obrigar animais a trabalhos excessivos ou superiores às suas forças e a todo ato que resulte em sofrimento para deles obter esforços que razoavelmente não se lhes possam exigir senão com castigo.
- Golpear, ferir ou mutilar voluntariamente qualquer órgão ou tecido de economia, exceto a castração, só para animais domésticos, ou operações outras praticadas em benefício exclusivo do animal e as exigidas para defesa do homem ou no interesse da ciência.
- Abandonar animal doente, ferido, extenuado ou mutilado, bem como deixar de ministrar-lhe tudo o que humanitariamente se lhe possa prover, inclusive assistência veterinária.
- Não dar morte rápida, livre de sofrimento prolongado, a todo animal cujo extermínio seja necessário para consumo.
A Lei Federal nº 9.605, de 1998, aborda os maus-tratos aos animais como atividades lesivas ao meio ambiente, conforme o artigo 32: “Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”.
Existem projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados para delimitar novas modalidades de maus-tratos aos animais e atualização das leis já vigentes e que necessitam ser revisadas. Veja alguns exemplos:
- O PL nº 199, de 2010, propôs nova redação à pena descrita no art. 32 da Lei nº 9.605, que “dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências”.
- Em 2016, o PL nº 4.564 definiu a conduta de maus-tratos praticada contra os animais e estabeleceu punição, classificando como práticas criminosas o abandono, machucar ou causar lesões, envenenamento, deixar o animal em local insalubre ou perigoso, entre outros.
- O PL nº 11.210, de 2018, cuja ementa altera a Lei nº 9.605, eleva a pena de maus-tratos a animais e estabelece punição financeira para estabelecimentos comerciais que concorram para essa prática.
Recentemente, no dia 29 de agosto de 2020, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei Ordinária 14.064/2020, que altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, para aumentar as penas cominadas ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato. O artigo 1º altera a Lei de 1998 para aumentar as penas cominadas ao crime de maus-tratos aos animais quando se tratar de cão ou gato. O artigo 2º acrescenta no artigo 32º da referida lei o § 1º-A:
“Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas descritas no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda”.
Com isso, a questão dos maus-tratos aos animais na sociedade brasileira tem se tornado uma preocupação bastante relevante para conscientizar todos sobre o respeito aos animais, à natureza e ao meio ambiente.
O presidente Jair Bolsonaro disse que agora a pena será compatível com a agressão ao animal. “É um projeto, uma lei bem-vinda”, afirmou o presidente. “Quem não demonstra amor por um animal, como um cão, por exemplo, não pode demonstrar amor, no meu entender, por quase nada nessa vida”, acrescentou.
Temas quentes Redação Enem: Saúde mental na sociedade brasileira
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo. Cerca de 18,6 milhões de brasileiros são afetados pela ansiedade, o que representa 9,3% da população. A partir desses dados, pode-se afirmar que o Brasil enfrenta uma epidemia do transtorno de ansiedade e que boa parte dessas pessoas não têm acesso a um tratamento adequado.
A saúde mental está diretamente relacionada a aspectos sociais e culturais, sendo que os principais fatores que contribuem para a ansiedade são preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho. Com relação à depressão, o Brasil é o quinto país do mundo com mais casos da doença, segundo a OMS, e sua prevalência ao longo da vida do brasileiro é de 15,5%.
A pandemia do novo Coronavírus contribuiu para o surgimento de quadros depressivos e ansiosos, devido ao isolamento social, à mudança de rotina, às dificuldades financeiras e à preocupação com a saúde. O Google divulgou dados sobre as buscas feitas durante a pandemia, relacionadas à saúde mental, que tiveram um aumento de 98% comparadas aos anos anteriores. “Como lidar com a ansiedade” foi o assunto mais pesquisado.
A saúde é configurada pelo completo bem-estar físico, psíquico e social, conforme a OMS. Sendo assim, a saúde mental é tão importante quanto a saúde do corpo e precisa ser levada a sério, tanto pela população quanto pelos governos. Portanto, é preciso investir na prevenção e promoção da saúde mental, divulgando iniciativas como o projeto “40 segundos de ação”, desenvolvido pela OMS e a Federação Mundial para a Saúde Mental, que tem como objetivo inicial a prevenção ao suicídio, já que a cada 40 segundos uma pessoa morre por essa causa no mundo, mas que pode ser evitada segundo a Organização, com uma dinâmica em que cada participante se propõe a falar sobre o que está sentindo e sobre sua saúde mental, sendo bastante utilizada no Centro de Valorização da Vida.
Houve um grande impacto no acesso aos serviços de saúde mental durante a pandemia em cerca de 93% dos países em todo o mundo, ao passo em que a demanda aumentou durante o período, o que torna urgente o investimento das autoridades neste setor.
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Temas quentes Redação Enem: A valorização do SUS durante a pandemia
O Sistema Único de Saúde mostrou-se fundamental durante a pandemia para a manutenção da saúde e o enfrentamento da COVID-19, e evidencia a necessidade de valorizar e priorizar a saúde pública.
Entre os países com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil é o único que oferece gratuitamente o acesso à saúde, atendendo a toda a população e garantindo que a saúde seja um direito de todos os cidadãos.
A importância de valorizar o SUS, principalmente diante de uma pandemia, deve-se aos princípios doutrinários que norteiam seu trabalho:
- Universalidade: todo cidadão tem direito à saúde e acesso a todos os serviços públicos de saúde. Além disso, o governo tem o dever de prover assistência à saúde igualitária para todos.
- Integralidade: todas as pessoas devem ser atendidas desde as necessidades básicas e de forma integral, pois trabalha em todo o ciclo vital do ser humano, do nascimento até a morte, com foco na prevenção e reabilitação da saúde.
- Equidade: toda pessoa é igual perante o SUS. Contudo, esse princípio não significa prover os mesmos serviços de saúde para todos, pois o atendimento deve ser realizado de acordo com a necessidade de cada um.
Sem a assistência do SUS, muitas pessoas não teriam acesso a informações, atendimento médico e medicamentos durante a pandemia, bem como à vacina que está sendo produzida e será disponibilizada a toda a população.
Habilidades e competências para as profissões do futuro
A natureza mutável do trabalho foi tema do Relatório Mundial de Desenvolvimento em 2019, realizado pelo Banco Mundial, e revelou que os alunos que estão hoje no ensino fundamental encontrarão um mercado de trabalho com funções e setores que ainda não existem.
Pensando no futuro do mercado de trabalho, foi realizado o estudo “The Future Skills” (ou “As habilidades do futuro”, em português) para definir os principais conhecimentos e competências que mais serão demandados pelo mercado de trabalho até 2030. De acordo com seus resultados, os profissionais do futuro devem desenvolver as seguintes habilidades:
- Pensamento crítico e aprendizagem ativa.
- Criatividade e originalidade.
- Resolução de problemas complexos.
- Flexibilidade cognitiva.
- Inteligência emocional.
- Trabalho em equipe.
- Gestão de pessoas.
- Negociação.
- Tomada de decisões.
- Orientação a serviços.
Com isso, é preciso investir em uma educação que priorize o desenvolvimento de habilidades interpessoais, e não somente teóricas e técnicas, já que elas mudaram ao longo dos anos e é preciso desenvolvê-las.
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O ensino virtual e a nova forma de acesso à educação
Devido ao fechamento das escolas e à interrupção das aulas presenciais para a prevenção da COVID-19, o ensino virtual precisou ser adotado por todas as instituições de ensino para dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem.
Neste período de quarentena, para que os alunos tivessem o menor impacto possível no seu desenvolvimento escolar, foi inevitável levar o ensino da sala de aula para dentro das casas — inclusive mediante orientação e normatização do Ministério da Educação.
Para que essa continuidade das atividades presenciais ocorra em ambientes virtuais, é essencial a adoção de tecnologias que permitam a comunicação, a interação e a avaliação dos estudantes, mesmo eles estando afastados da escola. Entre as possibilidades dessa “virtualização” da Educação estão o ensino a distância e o ensino remoto.
O ensino a distância (EaD) é uma modalidade de ensino que possui uma estrutura política e didática-pedagógica completa, que procura englobar de maneira flexível toda uma gama de conteúdos e atividades para cada disciplina, de acordo com os objetivos e as características dos conhecimentos e das habilidades gerais, específicas e socioemocionais orientadas pelos órgãos diretivos da Educação no país.
Já o ensino remoto realiza a transmissão das aulas em tempo real, para que professor e alunos tenham interações nos mesmos horários em que as aulas da disciplina ocorreriam no modelo presencial. Isso possibilita manter a rotina de sala de aula em um ambiente virtual acessado por cada um de diferentes localidades.
Entretanto, muitos alunos não têm acesso a essa modalidade de ensino, por não possuírem internet em suas casas ou computadores e smartphones, o que compromete seu aprendizado e desenvolvimento, e evidencia a desigualdade social no Brasil.
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