Há algum tempo, é comentado o conceito de educação inovadora e em como as escolas podem se reinventar para acompanhar as mudanças comportamentais e de aprendizado dos alunos. O motivo dessas discussões para se construir escolas inovadoras não é segredo para ninguém: a presença da tecnologia a cada dia mais enraizada no cotidiano das crianças e dos adolescentes.
As novas gerações nascem cada vez mais conectadas e com acesso facilitado a diferentes tipos de aparelhos tecnológicos, fazendo com que consumam quantidades gigantescas de informações diariamente, desejem expressar suas opiniões e sejam ouvidos, e busquem autonomia em suas atividades.
Assim, as instituições de ensino precisam se adaptar para formular processos de ensino-aprendizagem com os quais os alunos desenvolvam novas habilidades técnicas, ampliem as capacidades inventivas e amadureçam as competências socioemocionais. Neste artigo, você fica sabendo sobre tudo o que envolve as escolas inovadoras e como colocar a sua nesse caminho.
O que são escolas inovadoras?
As escolas inovadoras são aquelas instituições que não olham apenas para a capacidade de memorização ou o nível de raciocínio lógico do aluno. Essas instituições estão atentas a outras inteligências, incluindo aspectos sociais, comportamentais, esportivos, emocionais, artísticos e tudo mais que abrange o ambiente no qual o aluno está inserido.
Mais do que renovação de conteúdos, esse novo contexto que vem sendo construído exige mais dinamismo e interdisciplinaridade. Aulas meramente expositivas, em que o professor se coloca à frente do quadro, expõe seus conhecimentos e passa conteúdos com pouquissíma conexão com a realidade na qual os alunos estão inseridos, já não conseguem prender a atenção dos estudantes. E nem desenvolver as habilidades que eles necessitarão no futuro.
Além disso, os métodos de avaliação tradicionais, que consistem basicamente em provas e notas classificatórias, passam a não avaliar as reais condições de aprendizado do aluno. Dessa forma, as escolas inovadoras focam seus esforços para que os aprendizes obtenham conhecimentos de forma integrada e contextualizada, permitindo que o aprendizado aconteça por meio de ações, transformando o professor em uma ferramenta facilitadora do processo de ensino-aprendizagem.
Leitura sugerida: ChildTime e SAE Digital debatem sobre a escola do futuro.
Como reconhecer uma escola inovadora?
O tópico anterior aborda elementos que para serem alcançados demandam mudanças, principalmente, no planejamento pedagógico da instituição. Contudo, quando tais adaptações são realmente aplicadas e incorporadas à cultura da escola que deseja ser inovadora, acabam surgindo também alterações estruturais. E essas são aparentes, permitindo que uma escola inovadora seja reconhecida no início.
Se o aprendizado dos alunos tem exigido mais integração, contextualização e cuidado com aspectos variados das inteligências humanas, a organização ideal do espaço escolar precisa auxiliar tais aprendizagens.
O ambiente escolar deve contar com cores variadas e vibrantes. As áreas comuns precisam facilitar a interação dos alunos, educadores e funcionários, além de conter elementos que estimulem todos os sentidos, como visão, audição, olfato, paladar e tato. Nas salas de aulas, a disposição das carteiras não deve ser “engessada” nas tradicionais fileiras devidamente alinhadas, mas formar rodas, semi-círculos ou o formato que melhor convir para a prática planejada pelo educador.
Mais do que isso, uma escola inovadora compreende que o aprendizado acontece em qualquer lugar, a qualquer momento, com qualquer coisa. Por isso, o processo de ensino-aprendizagem pode extrapolar as paredes da sala de aula, ir para as quadras de esportes, para o jardim, para a comunidade que envolve a instituição.
Nesta publicação do Porvir, portal de mobilização social sobre tendências na educação no Brasil e no mundo, são listados 11 exemplos de escolas inovadoras localizadas em diversos países. Vale a pena conferir.
Como inovar na educação dos alunos na escola?
Até aqui entendemos o novo contexto da educação, o conceito de escola inovadora e como reconhecê-la, tanto em questões estruturais quanto pedagógicas. Chegou a hora de nos aprofundarmos mais no assunto e descobrir como inovar no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Uso de tecnologias educacionais nas escolas inovadoras
O fato de a escola ter aparelho de TV, computador e projetor nas salas de aula não significa que ela é inovadora. O que determina se a instituição está no caminho de uma educação inovadora é a forma com a qual utiliza esses mecanismos tecnológicos para melhorar o aprendizado dos alunos, ou seja, se faz uso de tecnologias educacionais.
Não basta que os estudantes tenham acesso a esses aparatos, mas que estejam em contato com conteúdos relacionados ao universo da tecnologia pelos quais são impactados direta e indiretamente todos os dias. É por isso que escolas inovadoras investem em atividades, e até disciplinas, abordando linguagens de programação, robótica e comunicação pela internet.
Obviamente, esses conteúdos e ações devem estar de acordo com a faixa etária de cada estudante, mas o importante é incentivar a curiosidade deles por essas áreas e serem desafiados a terem contato com “problemas” cada vez mais complexos.
Leitura sugerida: Tecnologia na educação: 6 tendências para as escolas.
Vale mencionar que a adoção de tecnologias educacionais também oferece outras vantagens para as escolas inovadoras. Por exemplo:
- Redução de custos ao promover a economia no consumo e desperdício de materiais físicos;
- Automatização de atividades rotineiras, proporciona que gestores, professores e auxiliares tenham tempo para demandas que realmente importam para o bom desempenho pedagógico;
- Facilidade na análise de dados e resultados, fomentando tomadas de decisões mais assertivas que, por sua vez, tornam as estratégias pedagógicas mais efetivas.
Personalização da aprendizagem
Diversos estudos científicos afirmam que cada indivíduo tem facilidades e dificuldades em diferentes áreas do conhecimento e diferentes tipos de inteligência. Nesse sentido, as ações pedagógicas devem convergir para a personalização da aprendizagem, orientada para respeitar o ritmo de aprendizado de cada aluno.
O processo de ensino-aprendizagem das escolas inovadoras evitam que o aluno seja comparado aos demais colegas, mas sim com ele mesmo. Contudo, o planejamento pedagógico não deve deixar de atender a um currículo geral, que norteie aprendizados básicos de direito de qualquer pessoa.
Inclusive, esse é um dos papéis da Base Nacional Comum Curricular, ou seja, o de reduzir as desigualdades de ensino pelo Brasil por meio de diretrizes que garantam aos estudantes o direito de aprender um conjunto fundamental de conhecimentos. Por isso é crucial que a sua escola esteja de acordo com a BNCC.
Juntando o uso de tecnologias educacionais com a personalização de aprendizagem, temos a demanda pela chamada Plataforma de Autoaprendizagem, ou Ambiente Virtual de Aprendizagem. Essa espécie de “sala de aula digital” permite ao aluno que revise e fixe conteúdos de maneira descomplicada e que seu desempenho seja acompanhado em tempo real.
Assim, o professor pode identificar quais são as dificuldades de cada estudante e planejar atividades específicas para superá-las, ou seja, personalizando a aprendizagem. Em contrapartida, o aluno tem mais controle sobre como e quando estudar, estando no protagonismo do seu aprendizado (algo que vamos debater mais para a frente).
Essa customização também acontece quando disciplinas obrigatórias compartilham espaço com eletivas, possibilitando aos educadores trazer para a “sala de aula”, como vimos, qualquer lugar pode ser um ambiente de aprendizado, assuntos mais contemporâneos, ações que desenvolvam novas habilidades, temas que insiram informações da realidade dos aprendizes na construção dos seus conhecimentos.
Aluno como protagonista de sua aprendizagem nas escolas inovadoras
Dentro das escolas inovadoras, o aluno é visto e colocado como protagonista da sua aprendizagem. Ele tem a oportunidade e participa efetivamente da formulação do seu processo de ensino-aprendizagem, o que resultará diretamente na maneira como desenvolve habilidades e constrói conhecimentos.
Uma prática que tem apresentado bons resultados é introduzir os aprendizes em projetos de estudos interdisciplinares. Entre os principais ganhos desse tipo de atividade está o desenvolvimento do autogerenciamento e resiliência.
Essa é a base das metodologias ativas. Contudo, deve-se ter o cuidado de não sobrepor papéis no ambiente escolar. Nessa proposta, apesar de ser visto como protagonista, o aluno está “ao lado” do professor. O educador não perde importância nesse processo, apenas terá seus esforços redirecionados, passando a atuar mais como mediador.
Dessa maneira, o professor ganha mais autonomia para buscar maneiras dinâmicas, inovadoras e eficientes para desenvolver as diferentes inteligências dos estudantes. Tem mais espaço para abrir diálogos de assuntos variados, que extrapolem os muros da escola e aproximem a comunidade escolar.
Metodologias de ensino inovadoras para escolas inovadoras
A essa altura já é possível perceber que tem muita coisa envolvida para a criação das escolas inovadoras, especialmente no que se refere a metodologias de ensino. Não existe uma receita de bolo, cada instituição deve avaliar o seu contexto e buscar uma solução de educação que atenda melhor às suas necessidades.
A seguir trazemos algumas ideias de metodologias que tem se destacado na construção de ensino que são inovadores ao redor do mundo.
Ensino híbrido
Basicamente, o ensino híbrido é uma modalidade de educação que combina os ambientes online e offline. Em sala de aula, os alunos têm oportunidades de interagir entre si, trocar experiências, debater ideias, aprender o convívio em sociedade. Com as plataformas digitais, eles podem trilhar seus próprios roteiros de estudos, revisitar conteúdos quando necessário, realizar testes variados. A ideia é que os estudantes criem o hábito de estudar fora da escola e entendam que o aprendizado é contínuo.
Confira nosso super post sobre Ensino Híbrido! Clique aqui
Quer conhecer como o SAE Digital pode ajudar sua escola com essa modalidade? Clique aqui!
Sala de aula invertida
Considerada uma prática dentro do ensino híbrido, mas que merece destaque, a sala de aula invertida consiste em uma dinâmica em que aluno tenha acesso e estude o conteúdo da aula antes que ela ocorra. Assim, o estudante traz uma bagagem prévia de conhecimento para ser discutida e compartilhada com os colegas e o educador. Portanto, a preparação acontece de maneira individualizada, mas a significação e a construção do conhecimento ocorre em conjunto. É importante salientar ainda que essa prática tende também a envolver mais os familiares no processo de ensino-aprendizagem.
Para saber mais, clique aqui e confira um artigo completo que temos sobre salas de aula invertidas.
Rotação por estações
Essa metodologia prevê que os alunos sejam separados em grupos, formando um tipo de circuito. O professor determina um tema central para a aula, mas cada estação possui atividades com desafios e objetivos independentes, mas que convergem para uma conclusão única, que é o propósito da aula. Após determinado período, os estudantes de uma estação passam para a próxima, e assim sucessivamente até que todos os aprendizes passem por todas as paradas.
STEAM
O termo STEAM é um acrônimo, em inglês, para Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics. E isso explica muito sobre a metodologia. Ela prevê a integração de elementos e conhecimentos de várias disciplinas para a resolução de problemas apresentados no formato de projetos, que nesse caso envolvem as áreas de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática. Os principais ganhos dos alunos estão no aprendizado de trabalho em grupo pautado em interações, discussões, testes de hipóteses e repensar os caminhos encontrados.
Design Thinking
O Design Thinking é uma metodologia amplamente usada nas áreas de desenvolvimento de software, design de produtos e gestão de satisfação do cliente, mas que mostrou resultados expressivos também quando aplicada na educação.
“O Design Thinking pode ser um aliado porque coloca o cidadão, o aluno e o professor no centro do processo. Estamos precisando dessa relação mais dialógica na educação. Estamos precisando de relações mais empáticas para ver o que realmente faz sentido na sala de aula”, explicou um dos líderes do Grupo Tellus, Germano Guimarães, ao Canal Futura.
Por ter essa essência de estímulo à empatia, o Design Thinking incentiva os estudantes a aprimorem o pensamento crítico e o criativo na hora de solucionar problemas. É, mais uma vez, colocar o aluno como protagonista da aprendizagem.
Confira no vídeo abaixo, “Design Thinking em Ação“, a palestra do professor Ricardo Morais da Universidade Católica Portuguesa no Porto sobre o Design Thinking como um processo criativo que contextualiza problemas complexos para desenhar soluções centradas em emoções humanas.
Desenvolvimento de novas habilidades para escolas inovadoras
Em meio a ambientes cada vez mais dinâmicos e acirrados, os profissionais que mais se destacam no mercado de trabalho são aqueles que possuem maior capacidade de resolução de problemas, percebeu que já tratamos disso várias vezes ao longo deste texto?.
Essa competência pode ser estimulada desde a infância por meio de atividades que trabalhem a criatividade e a negociação, podendo auxiliar a vida pessoal e profissional dos alunos, pois permitem que eles tracem seus próprios caminhos independentemente das adversidades. E tal capacidade se torna imprescindível com o passar dos anos e o surgimento de novas profissões. A cada ano que passa, a escola está formando mais profissionais para funções que sequer existem ainda.
A proposta da Educação Infantil do SAE Digital proporciona aos educadores das escolas parceiras o acesso a materiais que tem como objetivo proporcionar uma experiência com a pedagogia de projetos conectada à coleção do SAE Digital para a Educação Infantil. O trabalho com projetos possibilita que, por meio de interações e brincadeiras, as crianças ampliem o universo de experiências, desenvolvendo habilidades, comportamentos, noções, bem como de conhecimentos nos diferentes campos de experiências. Cada projeto inicia-se a partir de um problema que desafia e encanta as crianças, propiciando que pensem em meios para solucioná-lo. Ao conectarem e enredarem conhecimentos, caracterizados pelo rigor conceitual, os projetos viabilizam o acesso das crianças a saberes múltiplos e à complexidade.
Saiba mais: Educação Infantil
Em resumo, as escolas inovadoras tem a missão de desenvolver as habilidades essenciais para os novos e futuros profissionais que serão os responsáveis pela evolução de indústrias, tecnologias, agricultura, comunicação, meio ambiente e da própria educação. Para isso o indivíduo precisa se desenvolver:
- Criatividade para a solução de problemas;
- Pensamento científico e crítico;
- Habilidade em negociação, o que envolve flexibilidade e empatia;
- Capacidade de trabalhar em equipes multidisciplinares;
- Atitudes voltadas ao empreendedorismo;
- Facilidade na adoção de novas tecnologias.
Todas essas premissas de tecnologias educativas, adequações à Base Nacional Comum Curricular, personalização de aprendizagem, colocar o aluno como protagonista do ensino e metodologias inovadoras fazem parte das soluções educacionais oferecidas pelo SAE Digital.
Ficou curioso e deseja conhecer mais detalhes? Fale com um dos consultores especialistas e tire todas as suas dúvidas. Para saber mais sobre o universo da educação, não deixe de acompanhar o nosso blog. Até a próxima!
A leitura do texto foi muito enriquecedora, contribuiu para o meu entendimento sobre a escola inovadora, sua importância e funcionalidade para a formação dos nossos alunos e também para a nossa.
Olá Maria Denise! Que bom que gostou! Continue acompanhando o Blog. Temos novidades toda semana!