necessidade para a civilização e a cidadania

Transformação social

O post de hoje é dedicado a refletir sobre o papel da educação na sociedade e como ela pode contribuir para a transformação social.

A educação pode ser definida como o ato ou o efeito de educar ou se educar. É um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral que tem o intuito de promover a integração individual e social. Também é um meio pelo qual se adquire conhecimentos e aptidões e representa o aperfeiçoamento integral de todas as faculdades humanas. Trata-se, enfim, da arte de ensinar os conhecimentos e práticas usadas na sociedade para desenvolver a civilidade.

Desse modo, entende-se que a educação e as experiências escolares exercem grande influência no desenvolvimento humano e nas práticas sociais, o que inclusive viabiliza a vida em sociedade e a sua evolução.

Todos os seres humanos passam pelo processo educativo, pois é uma necessidade para a civilização e a cidadania. É por meio da educação que aprendemos habilidades essenciais para as relações sociais, com a aquisição de conhecimentos para promover e desenvolver recursos para a saúde, a alimentação, a construção, a mobilidade, a urbanização, a confecção de materiais e produtos utilizados no dia a dia, ou seja, para a própria manutenção da vida.

A educação vai além da transmissão de conhecimento teórico das disciplinas curriculares, pois ela contribui também para a formação cidadã dos estudantes, além de promover a transformação do meio social para o bem comum.

Transformação social

Paulo Freire (1921–1997) foi um pioneiro na problematização da transformação social por meio da educação, tornando-se, inclusive, referência no tema tanto aqui no Brasil como no exterior. Suas críticas viabilizaram um programa de educação para adultos que não tiveram a oportunidade de estudar quando crianças.

Como reconhecimento pela sua obra mais célebre, “Pedagogia do oprimido”, publicada em 1968, Paulo Freire é considerado patrono da educação brasileira. A obra consiste em um método de alfabetização para adultos cuja estratégia pedagógica é conscientizar o estudante acerca da realidade e intervir nela por meio da educação.

A pedagogia do oprimido é considerada uma ferramenta de transformação social por se preocupar com os menos favorecidos e dar a eles a oportunidade de estudar e utilizar os conhecimentos adquiridos para evolução pessoal e social.

Por meio da educação formal, os estudantes têm a oportunidade de conseguir um emprego melhor, o que contribui para que alcancem melhores condições de vida para si e para as suas famílias, ou seja, eles têm mais chances de se desenvolver. O diferencial do método de Paulo Freire está em abordar a educação como ato político, associada à vida cotidiana, em que o aluno é colocado no centro do processo educativo, assim como suas experiências e conhecimento de mundo.

Pode-se dizer que o principal objetivo dessa metodologia é acabar com a desigualdade social, garantindo que todos aprendam da mesma maneira e com oportunidades iguais.

Com isso, o professor não é mais visto como o detentor do conhecimento, mas sim como um mediador entre o conhecimento e os estudantes, que ganham voz e maior liberdade — trata-se do cunhado por Freire.

A libertação por meio da educação ocorre por meio da conscientização da realidade, pois se entende que uma sociedade tecnológica e pautada pelo consumo conduz os seres humanos à alienação.

Desse modo, a conscientização implica que o sujeito vá além da apreensão da realidade para assumir uma postura crítica, visto que, para transformar a sociedade, é preciso conhecê-la.

Outro exemplo da educação como transformação social é o construtivismo, um método educacional que considera que o conhecimento é construído, ou seja, que ele deve ser organizado de forma que os conhecimentos prévios adquiridos pelo aluno se tornem a base para novos conhecimentos.

Esse método busca se aproximar do contexto dos alunos para reconhecer as experiências e os conhecimentos que eles dominam e propor caminhos e intervenções desafiadores que os levem a se desenvolver plenamente como ser humano.

A proposta desse método é articular os conteúdos do currículo escolar com os conhecimentos prévios dos alunos, construídos no seu dia a dia. Dessa forma, a escola ultrapassa o foco no conteúdo e incentiva a sua aplicação na vida real, o que contribui para uma formação global dos indivíduos e estimula a autonomia dos alunos no processo de aprendizagem.

O construtivismo influenciou a transformação social, pois o aluno passou a ser protagonista do seu processo educacional, tendo mais liberdade para as suas escolhas.

Tanto o método de Paulo Freire como o construtivismo contribuíram para o desenvolvimento das chamadas metodologias ativas, essenciais para ensinar a nova geração, pois estimulam a autonomia do aluno sobre o próprio aprendizado e o seu projeto de vida.

Ainda há muito a ser feito para o desenvolvimento da sociedade, principalmente em relação a questões humanitárias, ambientais e éticas, como igualdade social, respeito à diversidade, inclusão, cidadania, justiça, melhores oportunidades etc.

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Qual o papel da escola na transformação social?

A Escola é a principal instituição da educação formal. É um ambiente social no qual as crianças vivenciam suas primeiras relações com seus semelhantes e aprendem a conviver em sociedade.

No âmbito acadêmico, é por meio das instituições de ensino que as profissões se constituem e evoluem, de modo a contribuir para a coletividade a partir dos conhecimentos adquiridos pelos estudantes no processo de ensino e aprendizagem.

Para transformação social por meio da educação, as instituições de ensino devem prezar pela formação global dos alunos, o que envolve práticas como:

Habilidades do futuro

Esse conceito considera a importância de desenvolver nos alunos habilidades interpessoais, pois sem elas o conhecimento técnico não será aplicado de maneira eficiente.

Para tanto, são necessárias habilidades como:

  1. Pensamento crítico e aprendizagem ativa;
  2. Criatividade e originalidade;
  3. Resolução de problemas complexos;
  4. Flexibilidade cognitiva;
  5. Inteligência emocional;
  6. Trabalho em equipe;
  7. Gestão de pessoas;
  8. Negociação;
  9. Tomada de decisões;
  10. Orientação para serviços.

Filosofia em sala de aula

A filosofia na sala de aula ensina os alunos a pensarem, além de estimulá-los a refletir sobre a realidade ao seu redor. O ensino da filosofia é voltado a fazer pensar, repensar, questionar, buscar novas ideias, interpretar, entender e compreender.

É um componente curricular da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, as quais proporcionam as habilidades de identificação, análise, comparação e interpretação de ideias, pensamentos, fenômenos e processos históricos, geográficos, sociais, econômicos, políticos e culturais, todas elas essenciais para a transformação social.

Competências socioemocionais

As competências socioemocionais visam o desenvolvimento das dimensões comportamental e relacional dos indivíduos. Elas estão relacionadas à empatia, à capacidade de compreender a natureza humana e as outras pessoas, considerando comportamento, sentimentos, humor, motivação, intenção e demais características.

Tais competências promovem o bom relacionamento com os outros, uma postura de liderança, a resolução de problemas, a mediação de conflitos, a identificação das necessidades alheias e a busca por soluções para o bem comum.

Transformação social – Educação financeira em sala de aula

A inclusão da educação financeira no currículo escolar tem a proposta de ensinar os alunos a compreender e a administrar as finanças desde cedo, de maneira a promover hábitos conscientes sobre o consumo que permitam traçar um planejamento de vida.

Nesse sentido, a educação financeira, idealmente, permitirá que as próximas gerações tenham mais sucesso financeiro e pessoal, o que, inclusive, deve impactar positivamente a economia social.

Inclusão no ambiente escolar

A inclusão escolar é um movimento mundial que prevê a integração de alunos com necessidades educacionais especiais em sala de aula e visa garantir que — de modo igualitário e dentro de um mesmo contexto escolar — toda criança possa usufruir das mesmas experiências e condições de aprendizagem dos demais alunos.

Diversidade no ambiente escolar

Trabalhar a diversidade na escola  favorece o respeito às diferenças, pois estimula o conhecimento de diferentes culturas, manifestadas por meio da linguagem, do comportamento, do vestuário, das crenças, dos valores, dos posicionamentos políticos, da orientação sexual, das tradições, das artes e de toda forma de expressão.

Educação antirracista

A educação antirracista promove a transformação social ao buscar formar cidadãos isentos de preconceitos raciais, que não cometam nenhum tipo de discriminação, que respeitem todas as pessoas e transformem a sociedade em um lugar onde a cor da pele ou a raça não sejam mais julgadas.

Práticas de cidadania na escola

As práticas de cidadania na escola são fundamentais para formar alunos com responsabilidade social e que saibam construir boas relações, bem como para desenvolver habilidades importantes nos âmbitos pessoal, profissional e comunitário.

A cidadania ensina aos alunos os seus direitos e deveres, tornando-os aptos a cumprir princípios éticos e morais necessários para atuar na sociedade de maneira positiva, por meio do diálogo, do respeito e da colaboração.

Aprendizagem significativa

Oferecer uma aprendizagem significativa na escola permite que os alunos compreendam melhor os conteúdos. Em vez de somente decorar ou reproduzir esses conteúdos, os alunos de fato os apreendem e os utilizam na vida cotidiana, dando a eles um sentido concreto.

Sem esse processo, o novo conhecimento é armazenado isoladamente, sem relação com a estrutura do aluno e sem atribuição de sentido, o que faz com que a aprendizagem seja mecanicista e repetitiva, além de dificultar a assimilação do conteúdo.

Inteligências Múltiplas

Essa teoria considera a inteligência mais ampla, ou seja, não reduz os alunos aos campos de conhecimento tradicionais, mas os enxerga de maneira integrada, valorizando diferentes saberes para a contribuição social.

Transformação social – Competências da BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) surgiu com a proposta de oferecer a todos os alunos uma aprendizagem igual e que contemple habilidades que não se resumam à teoria, mas que ensinem a agir na sociedade e a transformá-la.

Conforme a BNCC, competência se refere à mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas da vida cotidiana, do exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Para tanto, a BNCC elencou 10 habilidades principais que todos os estudantes precisam desenvolver ao longo da Educação Básica. Vale a pena reforçar quais são elas:

Transformação social – Conclusão

É por meio da educação que os indivíduos se constituem como cidadãos e promovem o progresso e a transformação da sociedade, de modo a buscar sempre a melhor qualidade de vida para todos.

Vale ressaltar que a educação não se faz sozinha. É preciso o engajamento de todos, o incentivo da família e o compromisso das autoridades em promovê-la!

Essa é uma discussão bastante ampla e complexa, mas esta reflexão nos permite entender, de modo geral, como a educação tem o poder de transformação social. Esse tema não se encerra aqui, pois deve sempre ser pauta de discussões na área educacional.

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O SAE Digital acredita que o melhor caminho para a transformação social é a educação e, por isso, trabalha para construir uma educação de qualidade por meio de seus produtos e serviços. Venha transformar a sociedade com a gente!

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