Avaliar não apenas o aluno

A Avaliação Escolar carrega o estigma de grande vilã do processo educacional. As provas são verdadeiros momentos de terror dos alunos, que nem sempre se sentem preparados para as propostas avaliativas elaboradas por seus professores.

Esse sentimento ainda pode ser intensificado quando os gestores e professores estimulam no espaço escolar a ideia de um viés puramente competitivo da avaliação.

No entanto, a avaliação não precisa ser apenas um momento para separar os aprovados dos reprovados. Quando bem explorada, pode ser não só uma ótima aliada, como também uma ferramenta importante para potencializar o desenvolvimento dos educandos em todo o processo de ensino.

Neste post vamos explorar as possibilidades da avaliação, mostrando a sua importância, sua função educacional, seus diferentes tipos, as melhores formas para se fazer um uso assertivo e como desenvolver métodos de avaliação inovadores. Confira!

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O que é a Avaliação Escolar e qual é a sua função?

A avaliação escolar é uma ferramenta diagnóstica há muito tempo presente nas instituições de ensino, acabando por se consolidar como parte da cultura escolar.

Sua função é fazer uma leitura da efetividade do processo de ensino-aprendizagem, mensurar a qualidade do ensino e contribuir para sua melhoria contínua.

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No entanto, nem sempre se faz uso desse instrumento de maneira assertiva. Muitas vezes, invalida-se seu potencial avaliativo, o que acarreta prejuízos na eficiência da comunicação entre estudante, professor e instituição, prejudicando o aprendizado dos alunos.

Desse modo, é importante ressaltar que as instituições e professores precisam ter uma concepção abrangente a respeito da avaliação, explorando todo seu potencial em benefício da formação humana e da melhoria do desempenho dos alunos.

Confira a seguir algumas das funções da avaliação escolar, além de orientações e considerações que não se podem perder de vista para ampliar o espectro de atuação e explorar ao máximo as potencialidades da avaliação.

 

Contribuir para o aprendizado do aluno

A avaliação tem como um dos principais objetivos o acompanhamento contínuo do aluno. Por isso, o momento de avaliar deve visar ao aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem, tornando-se uma oportunidade de observação e reflexão dos resultados obtidos e dos processos implementados.

Dessa forma, é possível explorar de maneira mais eficaz a capacidade da avaliação de redirecionar os caminhos escolhidos para auxiliar o estudante a se apropriar do conhecimento, como é o caso, por exemplo, da avaliação formativa.

A avaliação está a serviço do desenvolvimento das habilidades e competências do aluno assim como da projeção de melhores caminhos futuros para que esse objetivo seja alcançado, a fim de estabelecer a alfabetização plena dos alunos.

Avaliar não apenas o aluno

Tradicionalmente, a avaliação tem sido vista como uma forma de mensurar exclusivamente os conhecimentos adquiridos pelos alunos, avaliando os conteúdos previamente expostos em sala de aula pelo professor e elencando assim os melhores e piores alunos em uma escala quantitativa das notas.

Essa forma de ver a avaliação reduz sua capacidade de atuação e transfere ao aluno toda a responsabilidade por eventuais dificuldades, colocando nele toda a “culpa” por não absorver o conhecimento transmitido em sala de aula.

Isso ressalta a necessidade de utilizar o desempenho dos alunos na avaliação como indicativo para a necessidade de reavaliar a proposta educativa, que pode não estar sendo eficaz no seu objetivo de transmitir o conhecimento.

Dessa forma, a responsabilidade do resultado das avaliações não devem recair sobre os alunos, pois o processo de ensino-aprendizagem é bem mais complexo e abrangente.

Sendo assim, a avaliação não analisa puramente o desempenho do aluno, mas também do professor, de suas metodologias, seus conteúdos empregados, sua didática e sua prática docente, assim como da instituição e suas responsabilidades e atribuições. Logo, ela serve como um diagnóstico de aprendizagem amplo.

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Avaliação escolar – Ser um meio para fortalecer o relacionamento entre aluno e docente

Os processos avaliativos não podem “sabotar” o seu objetivo principal, visando exclusivamente à obtenção de determinadas notas para a mudança de nível nos anos escolares.

Muitas vezes, por não se entender a importância da avaliação e todas as possibilidades de atuação, ela acaba sendo utilizada como uma ferramenta de punição e segregação.

A avaliação não pode ter apenas uma finalidade classificatória e seletiva, que coloca os alunos em uma lógica de concorrência e elenca os “melhores” e os “piores”. Ela precisa fazer com que cada indivíduo possa demonstrar sua melhora no desempenho, conforme o seu ritmo de aprendizado.

Ter a atitude de excluir ou punir alguns alunos com notas consideradas baixas ou até mesmo com a reprovação por não se encaixarem, não entenderem uma proposta avaliativa ou até mesmo não terem se apropriado do conhecimento oferecido nas aulas denota a limitação da concepção de avaliação e o autoritarismo de muitos docentes.

Dessa forma, a avaliação possibilita também expor os possíveis pontos de falha de comunicação entre o aluno e o professor, oportunizando o docente a estreitar os laços e proporcionar aos alunos os subsídios para as suas necessidades educacionais.

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Mostrar que cada aluno é um ser único e complexo

Os pontos citados anteriormente evidenciam a necessidade de valorizar a singularidade de cada aluno no processo de apropriação do conhecimento, colocando-o como protagonista da educação.

Toda forma de avaliação é um sistema de recorte e seleção de determinados conhecimentos e habilidades, com critérios a serem atendidos pelos alunos com características, potencialidades e debilidades muito diferentes.

Uma prova argumentativa, por exemplo, vai demandar do aluno a capacidade de escrita, que se não foi desenvolvida até o momento que o docente teve contato com o aluno, vai prejudicar sua capacidade de demonstrar os conhecimentos específicos nessa proposta.

Isso também demonstra que os alunos são seres complexos e diversos, com culturas, identidades, estruturas e competências socioemocionais diferentes, e que trazem bagagens importantes antes de chegar ao espaço escolar, dimensões essas que podem influenciar decisivamente no desempenho do estudante se não houver um olhar mais aproximado.

Sendo assim, o olhar para alunos deve ser individualizado e buscar os melhores caminhos para que ele, no seu ritmo de assimilação, possa desenvolver suas habilidades e competências.

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Quais são os tipos de avaliação escolar?

Existe uma grande variedade de tipos de avaliação escolar já consolidadas na cultura escolar. A seguir, você confere quais são os topos mais utilizados e suas principais contribuições para a formação dos alunos e para a melhoria do processo educacional:

 

Provas Dissertativas

As provas dissertativas podem auxiliar os alunos a demonstrarem com liberdade sua apropriação dos conhecimentos fomentados pelo professor em sala de aula, além de ajudar os alunos a organizarem as ideias, desenvolverem sua capacidade de estruturar, sistematizarem e pensarem estratégias de escrita sobre os assuntos requisitados.

Elas também podem servir como uma forma de verificar conhecimentos específicos ou propor argumentações mais abrangentes sobre conhecimentos gerais e assuntos relevantes da atualidade.

 

Debates como Avaliação Escolar

Os debates podem ser ferramentas muito interessantes de avaliação, pois alunos que não conseguem demonstrar satisfatoriamente na escrita os conhecimentos que adquiriram podem ter mais facilidade a partir da oratória e conseguir se comunicar de maneira mais eficaz com o professor.

Além disso, os debates também podem ser oportunidades para fomentar o pensamento crítico e o desenvolvimento da oratória, explorando o respeito ao pensamento e à visão dos demais colegas, e estimulando a aceitação do contraditório.

 

Trabalhos em grupo

Os trabalhos em grupo oportunizam os alunos a desenvolver a socialização, compartilhar suas potencialidades com os outros membros e trocar experiências para melhorar suas debilidades em determinados conhecimentos.

Alunos que tenham dificuldade na apresentação de trabalhos por serem tímidos, por exemplo, podem colaborar com sua capacidade de escrita, sistematização e organização dos temas abordados, estimulando assim a troca de conhecimentos e habilidades entre os estudantes.

 

Autoavaliação como Avaliação Escolar

A autoavaliação pode ser feita de diversas formas, e uma delas é fazer uma exposição oral ou escrita em formato livre das experiências do aluno no contato com as aulas.

Talvez essa seja uma das formas mais importantes de avaliação, pois nesse momento o docente chama o próprio aluno (protagonista do seu processo de aprendizagem) a analisar seu desempenho e as propostas educativas das quais tem participado.

Além de fornecer ótimos dados sobre a percepção do aluno sobre o conhecimento compartilhado, ela possibilita que o aluno organize os dados que recebeu nas aulas. Para o professor, os dados expostos na autoavaliação do aluno podem se tornar direcionamentos importantes para auxiliar o aluno em suas especificidades.

 

Observação

Nenhuma forma de avaliação pode ser aplicada de maneira eficaz se não for acompanhada da observação do docente, que busca conhecer seus alunos em suas características pessoais e seu ritmo de progresso.

A observação pode fornecer a leitura sobre o desenvolvimento do aluno no dia a dia. Dessa forma, o docente pode montar esquemas para um acompanhamento contínuo dos estudantes, com a possibilidade de criar fichas de acompanhamento e outras ferramentas que possam colaborar nesse processo.

Porém, o que vai ser decisivo na contribuição dessas atividades são os moldes da sua aplicação, pois a postura do professor é fundamental para a efetividade da proposta.

A variedade de modalidades existentes de avaliação também não esgota necessariamente toda a dinâmica da ação avaliativa. É nesse ponto que a criatividade do docente pode intervir, atuando como um professor inovador para utilizar novas formas de avaliação, por exemplo, as metodologias ativas.

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Como saber qual é o melhor processo de Avaliação Escolar?

Não se pode eleger um único método avaliativo como sendo o melhor ou que contribui mais significativamente, pois o processo de educacional é dinâmico e demanda abordagens avaliativas diferentes em diferentes momentos e que caminhem em direção às necessidades dos mais variados alunos.

Nesse sentido, o mais importante é que o docente faça uma interpretação assertiva do instrumento avaliativo que deve ser utilizado, para ter efetividade no seu papel de fazer a leitura do progresso individual e contínuo do aluno, assim como do trabalho que está sendo desenvolvido.

Algumas atitudes devem ser evitadas para não acabar sabotando esse objetivo:

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Dica: se atente para a diferença entre os processos de Verificação e Avaliação

Uma distinção importante citada anteriormente que merece melhor atenção é entre verificação e avaliação, pois a verificação de conteúdos específicos não esgota as possibilidades abrangentes de uma avaliação.

Uma abordagem conteudista estabelece que, se o aluno consegue responder a questões específicas de um assunto, ele se apropriou de maneira eficaz de determinado conhecimento. Porém, o que acontece é que os alunos conseguem muitas vezes decorar determinadas matérias ou lidar com os moldes do exame.

Por isso, é necessário reconhecer os limites desse tipo de intervenção. A verificação pode ser usada de maneira importante para entender o nível de percepção dos alunos sobre assuntos específicos, no entanto, a avaliação não se encerra em uma verificação.

A verificação pode até mesmo desenvolver uma abordagem quantitativa e um modelo mais objetivo, tendo clara a sua limitação de alcance. Já a avaliação parte dos dados da verificação para fazer uma leitura qualitativa e individualizada do estudante e da proposta.

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O SAE Digital tem a convicção de que pode contribuir com uma educação inovadora e de qualidade, compartilhando ferramentas educacionais que tenham impacto efetivo no trabalho do docente e, consequentemente, no ensino ofertado aos alunos.

Para que isso se materialize, acreditamos em formas de avaliação inclusivas e que possibilitem o melhor desenvolvimento das habilidades e dos conhecimentos dos estudantes.

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