A aprendizagem não precisa se encerrar com a conclusão da Educação Básica ou do Ensino Superior. Atualmente, muitas pessoas continuam a estudar por prazer e pelos benefícios que a aquisição de conhecimento proporciona. O conceito de lifelong learning refere-se a esse perfil de pessoas que, ao longo da vida, permanecem aprendendo.
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O que é lifelong learning?
Lifelong learning é uma expressão da língua inglesa que, traduzida para o português, significa “aprendizado ao longo da vida”. Ela se relaciona, basicamente, à educação continuada, em que os estudos devem ser permanentes e parte integrante de um estilo de vida.
A organização sem fins lucrativos Lifelong Learning Council Queensland (LLCQ) explica que o termo alude ao aprendizado que se persegue durante a vida, que é flexível, diverso e disponível em diferentes tempos e lugares. A aprendizagem ocorre, portanto, além da escola tradicional e ao longo da vida adulta.
Nesse sentido, como o desenvolvimento humano é um processo contínuo, a conclusão da educação formal não é suficiente para a qualificação e evolução humana, haja vista que o aprendizado nunca se encerra, ou seja, todos os dias podemos aprender algo novo e aperfeiçoar nossas habilidades.
O objetivo do lifelong learning é estimular a continuidade dos estudos, mesmo após a conclusão da educação formal básica, atribuindo ao próprio indivíduo a iniciativa de buscar conhecimento.
A ideia é conscientizar as pessoas sobre a importância da aprendizagem, que não deve se limitar ao cumprimento de funções ou papéis sociais e à aquisição de diplomas, mas que tenha como propósito o desenvolvimento pessoal e a expansão da consciência.
Essa concepção vai ao encontro da máxima atribuída a Sócrates “só sei que nada sei”, em que o filósofo reconhece a própria ignorância, com base na premissa de que quanto mais aprendemos, mais percebemos o pouco que sabemos e que há muito mais por aprender.
Longe de ser uma obrigação, a aprendizagem contínua é muito prazerosa quando se torna um hábito, visto que nosso tempo e nossa energia são empregados em algo produtivo — aprender nunca é demais!
Aristóteles também contribuiu com essa ideia ao mencionar que a alegria que se tem em pensar e aprender nos faz pensar e aprender ainda mais. Portanto, a busca por mais conhecimento deve ser voluntária e proativa.
Pilares da lifelong learning
Embora o conceito de lifelong learning tenha surgido na década de 1970, ele ganhou destaque em 2010 com a publicação do Relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, da Unesco.
Segundo o relatório, “o conceito de educação ao longo da vida é a chave que abre as portas do século XXI; ele elimina a distinção tradicional entre educação formal inicial e educação permanente” (UNESCO, 2010, p. 32).
A aprendizagem é vista como um continuum, em que não existe início, meio e fim, e considerada como um todo ao longo da vida. “Em suma, a educação ao longo da vida deve tirar proveito de todas as oportunidades oferecidas pela sociedade” (UNESCO, 2010, p. 32).
Esse relatório também definiu quatro pilares para a educação ao longo da vida:
1. Aprender a conhecer
É preciso aprender a conhecer, ultrapassar os métodos tradicionais de aprendizagem, pautados em decorar conteúdos, e transformar o conhecimento em sabedoria para a vida, não em um objeto sem valor e transitório.
Por meio da curiosidade, da reflexão e do pensamento crítico, os indivíduos desenvolvem o prazer por aprender, já que passam a conhecer melhor o mundo e ficam instigados em
2. Aprender a fazer
Além de adquirir uma qualificação profissional, a aprendizagem precisa ser colocada em prática, ou seja, os conhecimentos devem ser utilizados em benefício próprio e dos semelhantes, a fim de atuar na sociedade de maneira relevante.
Essa competência também torna a pessoa apta a enfrentar diversas situações desafiadoras, seja na vida pessoal, social ou profissional, além de ensinar a trabalhar em equipe. Aliar o trabalho ao processo educativo é essencial para aprender a fazer.
3. Aprender a conviver
Somos seres naturalmente sociais, portanto é imprescindível que saibamos conviver bem em sociedade, seja em família ou com colegas de trabalho, e isso demanda compreender os outros, saber gerenciar conflitos, praticar o altruísmo, considerar as necessidades e opiniões alheias, entre outras atitudes.
Esse pilar nos ajuda a compreender que dependemos uns dos outros e que precisamos ter postura colaborativa para gerar bem-estar comum, em prol da paz, da harmonia e do desenvolvimento social.
4. Aprender a ser
Para que uma pessoa desenvolva autonomia e capacidades de discernimento e responsabilidade, é preciso estimular todas as suas potencialidades por meio da aprendizagem.
Desse modo, o processo educativo deve considerar o potencial de cada indivíduo no que diz respeito à memória, ao raciocínio, ao sentido estético, à capacidade física, à aptidão para a comunicação etc.
O relatório também reforça que os sistemas formais de aprendizagem não devem ser considerados a única maneira de adquirir conhecimento, é preciso que se veja a educação como uma prática mais ampla, pois aprender vai além de frequentar a escola e obter um diploma.
Ainda temos muito a aprender com o lifelong learning, a fim de construir uma sociedade educativa, na qual tudo se transforma em oportunidade de aprendizado e desenvolvimento de talentos.
Qual a importância do lifelong learning?
Além dos benefícios para o desenvolvimento pessoal mencionados anteriormente, a aprendizagem contínua atende às necessidades do mercado de trabalho atual, altamente competitivo.
Sendo assim, estimular os jovens a aderir a esse estilo de vida, em que a aprendizagem é parte integrante de seus interesses, irá contribuir para o sucesso de seu futuro profissional.
Além disso, permite que os estudantes estejam preparados para desafios futuros, visto que apresentam habilidades diversas que atendem a diferentes cenários e não se restringem ao básico.
Um profissional comprometido com seu desenvolvimento tem acesso a mais oportunidades e reconhecimento, pois está em constante aprimoramento de suas habilidades, apto a assumir cargos mais elevados na jornada de sua carreira.
Quanto mais habilidades uma pessoa tem, mas requisitada ela se torna, não somente pelos conhecimentos técnicos, mas também pelas chamadas soft skills, por exemplo, que são habilidades interpessoais, as quais podem ser desenvolvidas além da formação e agregam muito ao currículo.
Como aplicar o lifelong learning?
Realizar cursos livres de extensão, de idiomas ou de habilidades diversas é uma maneira de praticar lifelong learning, seja para se aperfeiçoar no trabalho, seja para aprender algo novo, como hobby ou para mudar de área.
A motivação para continuar aprendendo parte do princípio de que é possível realizar diversas atividades ao longo da vida, basta aprender. Além disso, é possível mudar percepções com o aprendizado de novas teorias, transformando o modo de ver a vida.
Aprender as soft skills no decorrer da vida profissional é um bom exemplo de lifelong learning, pois não são amplamente desenvolvidas na educação formal básica, mas são fundamentais para o sucesso pessoal e profissional.
Exemplos dessas habilidades interpessoais, essenciais para o mundo do trabalho, são:
- Inteligência emocional: saber administrar as próprias emoções na relação com os outros, compreender as emoções alheias, ter empatia;
- Resiliência: lidar com dificuldades, encontrar soluções para problemas e se adaptar às adversidades;
- Comunicação assertiva: saber se expressar e transmitir ideias de maneira compreensível para os outros.
Essas habilidades também podem ser relevantes para a vida pessoal, pois melhoram nosso relacionamento com familiares, amigos, cônjuges e com nós mesmos.
Aprender as habilidades do futuro é relevante para o aprendizado contínuo, pois se consideram os conhecimentos e as competências que mais serão demandados pelo mercado de trabalho até 2030. Nesse sentido, continuarão a surgir novas exigências ao longo da vida que precisarão ser aprendidas, e assim sucessivamente.
Outro exemplo de lifelong learning é se aprofundar em sua área de atuação, buscando saber mais do que foi ensinado no curso de formação, e manter-se sempre atualizado, gerando melhores resultados para si mesmo e para a empresa.
A formação continuada também se enquadra nesse conceito, pois é entendida como um processo permanente e constante de aperfeiçoamento dos saberes necessários à atividade exercida.
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É indispensável adquirir o hábito da leitura para cultivar o aprendizado ao longo da vida. Os livros, por exemplo, são fonte inesgotável de conhecimento, ou seja, realizar diversas leituras amplia o acesso a diferentes conteúdos.
A evolução da humanidade, em todos os sentidos, se deve às habilidades de ler e escrever, que permitiram transmitir informações e conhecimento ao longo da história por meio dos livros, portanto, cultivar essa prática continua sendo essencial para o desenvolvimento pessoal e social.
Nesse cenário, a escola exerce um papel importante, já que é responsável por promover a formação leitora dos alunos desde a infância. O educador atua como mediador entre a criança e os livros e precisa proporcionar experiências significativas com a leitura.
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Imagem: freepik
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