Para garantir uma redação nota 1.000 no Enem, é fundamental estar atento aos problemas sociais mais importantes do país e do mundo, e tratando-se de uma guerra é ainda mais relevante. Os refugiados da Síria já sofrem há uma década com os impactos da guerra civil em seu país, entre torturas, prisões, mortes, desemprego, fome, falta de assistência médica e todo tipo de violação dos direitos humanos.
Esse é um dos temas da nossa Série Enem: Redação Nota 1.000. Vamos lá?
A situação dos Refugiados da Síria é bastante preocupante, e todos temos responsabilidade social e humana de intervir e ajudar a população a reverter esse cenário para não se agravar e tornar ainda mais impactante.
Contexto Refugiados da Síria: uma Guerra sem fim
A guerra na Síria já completa 10 anos, devido à revolta popular contra o regime ditatorial de Bashar al-Assad, que está no poder há 20 anos e segue o mesmo modelo de tortura de seu pai, Hafiz al-Assad, que governava o país desde 1970. Quando foi eleito presidente, em 2000, prometeu um regime democrático no país, dando esperança de melhoras políticas e econômicas, mas isso não ocorreu e gerou revolta na população.
O conflito teve início em 2011, quando os sírios fizeram manifestações para reivindicar uma reforma política, pedindo mais liberdade, assistência à saúde, empregos, educação, entre outras melhorias sociais e direitos humanos. Com isso, Assad reprimiu enfaticamente todos os tipos de protestos e em resposta enviou suas tropas para conter a revolta. Essa repressão e o confronto levaram à morte centenas de civis. Para garantir a segurança de seu poder, Assad aliou-se à Rússia e ao Irã, que tomaram parte do território sírio e intervêm militarmente no conflito em defesa do governo.
Assim, o país ficou dividido entre os que apoiam o governo e os que protestam contra, aumentando cada vez mais o conflito, transformando-o em uma guerra, já considerada uma das mais cruéis da história da humanidade. Diante desse cenário, em 2012 o Comitê Internacional da Cruz Vermelha classificou o conflito como uma guerra civil, permitindo a intervenção do Direito Humanitário Internacional, também conhecido como Direito Internacional dos Conflitos Armados, para proteger a população.
Para agravar a situação, em 2013 o Estado Islâmico (EI) aliou-se ao governo sírio e passou a atacar a oposição, depois passou a reivindicar territórios na região e atacar qualquer envolvido no conflito, a fim de buscar o domínio total do país, expandindo sua ação militar. A ideia do EI é impor a “sharia”, um conjunto de leis islâmicas baseadas no Alcorão, para ser seguida por todos os sírios, contrariando a Constituição que permite liberdade religiosa. Isso fez com que vários países ocidentais iniciassem uma intervenção militar no conflito, temendo as consequências da ação do EI na guerra, a níveis regional e mundial. Entre esses países estão Estados Unidos, países da OTAN e Árabes.
Refugiados da Síria: uma solução para sobreviver
O Observatório Sírio de Direitos Humanos é uma ONG britânica que atua no país em oposição ao governo de Assad, para coletar dados sobre os direitos humanos e as mortes ocorridas devido ao conflito. Segundo ela, esse conflito já causou a morte de cerca de 400 mil sírios, além de torturas, prisões e condições desumanas para a população. Dentre esses 400 mil, 106 mil são civis e 56.900 são desaparecidos e considerados mortos, e a ONG também estima que 100 mil mortes sequer foram documentadas.
Em meio à guerra civil, muitos sírios foram deslocados para outras regiões do país ou buscaram refúgio em outros países para garantir sua segurança e sobrevivência. A imigração síria é hoje um dos maiores movimentos humanos pelo mundo: cerca de 5 milhões de refugiados da Síria estão no exterior, instalados em campos. Dentro do próprio país, 6,3 milhões de sírios deixaram suas casas para encontrar um lugar seguro, passando por muitas dificuldades, como falta de alimento, de água e de luz, e sofrendo com muito frio.
Refugiados são um grupo de pessoas que se deslocam para outra região, dentro ou fora do próprio país, para fugir de problemas que envolvem meio ambiente, perseguições políticas, situação de guerras e extrema pobreza. No período da guerra, cerca de 5 milhões de crianças nasceram na Síria e 1 milhão nasceram no exílio, segundo dados divulgados pela Unicef. Dentre elas, aproximadamente 5 mil crianças foram recrutadas para lutar no conflito.
O refúgio dos sírios costuma ser direcionado a países vizinhos, entre eles Líbano, Jordânia, Turquia, Hungria e Sérvia, sendo estes dois últimos porta de entrada para a Europa. Entretanto, vários países do mundo abrigam refugiados sírios, principalmente na Europa, e o maior número está na Alemanha, com aproximadamente 525 mil de pessoas. No Brasil, existem cerca de 326 refugiados sírios, de acordo com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), representando um aumento de 12% em relação a 2016.
A população síria que está refugiada sofre com a falta de assistência médica e humanitária, pois os dois lados do conflito se recusam a permitir o acesso de agências humanitárias a quem precisa de auxílio, visto que quase 3 milhões de pessoas vivem em áreas alvos de cerco e de difícil acesso. As instalações médicas na região foram alvo de ataques e muitos profissionais da saúde foram mortos em trabalho. De acordo com a organização Médicos por Direitos Humanos, foram 492 ataques a 330 instalações até dezembro de 2017, que resultaram em 847 mortes.
Como o tema Refugiados da Síria pode ser cobrado no Enem?
A guerra civil síria é considerada o pior desastre humanitário desde a Segunda Guerra Mundial, entretanto, já dura muito mais do que ela, que ocorreu entre 1939–1945. Considerando esse cenário, o conflito na Síria é um problema humanitário mundial, e todos devem se preocupar e buscar soluções para cessá-lo, para evitar que mais mortes ocorram. É uma pauta bastante relevante para ser abordada como tema da redação do Enem, pois pede ao estudante seu conhecimento sobre um tema atual de grande impacto social, seus argumentos sobre o assunto e uma possibilidade para solucionar a questão.
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