abordagens pedagógicas

A abordagem Pilker é referência na Educação Infantil por introduzir um método inovador no campo do desenvolvimento de crianças na primeira infância, pois enfatiza a importância da autonomia dos bebês.

Essa abordagem é utilizada até os dias atuais em escolas, creches, orfanatos, maternidades e pelas famílias, pois estimula um desenvolvimento saudável, pautado na autonomia e na afetividade.

Saiba o que é a abordagem Pikler, como surgiu, quais são seus princípios e como aplicá-la na Educação Infantil acompanhando o post de hoje.

O que é a abordagem Pikler?

A abordagem Pikler é uma metodologia de ensino focada na Educação Infantil, especificamente de bebês de até três anos de idade, para trabalhar as primeiras fases do desenvolvimento, com atividades que estimulam a autonomia das crianças.

Essa abordagem defende que os bebês e as crianças pequenas podem aprender a engatinhar e andar sozinhas, sem a interferência de um adulto, e que devemos respeitar o tempo de cada uma e deixá-las explorar livremente suas habilidades e capacidades.

A abordagem Pikler tem como base o desenvolvimento neuropsicomotor, ou seja, o processo em que a criança adquire determinadas habilidades a partir de estímulos. Conforme vai progredindo, é esperado que ela consiga realizar funções cada vez mais complexas.

O método é aplicado em muitas creches, escolas de Educação Infantil, maternidades, orfanatos e abrigos, em razão de sua proposta de estabelecimento de um vínculo saudável com os bebês e crianças pequenas, compreendendo suas necessidades e capacidades.

Seus princípios também são indicados para os pais ou responsáveis, devendo ser aplicados em casa e no dia a dia com as crianças, estimulando o pleno desenvolvimento infantil.

Conforme o método, o desenvolvimento do bebê acontece a partir das relações existentes em seu entorno (família) e nas que se constituem em um novo ambiente (escola), que estabelecem um forte vínculo.

Como surgiu a abordagem Pikler?

A abordagem Pikler foi criada pela pediatra húngara Emmi Pikler (1902-1984) com base na observação do desenvolvimento de seu primeiro filho e em sua postura diante da criação do bebê. Com essa experiência, ela criou sua teoria e a publicou em um livro, lançado em 1940.

Entretanto, foi só em 1946 que Pikler colocou em prática a abordagem, quando fundou um orfanato para abrigar crianças que ficaram órfãs na Segunda Guerra Mundial. O Instituto Lócky foi administrado por ela até 1979, período que a inspirou a publicar outros trabalhos e relatos de experiência sobre o desenvolvimento infantil.

As crianças do orfanato, criadas sob a abordagem Pikler, não apresentavam sinais de hospitalismo, comum em casos de criação em orfanatos e sem laços afetivos. Pelo contrário, segundo os médicos, tinham um bom desenvolvimento emocional, motor e cognitivo.

Foi possível concluir, portanto, que o resultado dessa abordagem, que prioriza o desenvolvimento espontâneo e natural, proporcionando autoconfiança e autoconhecimento sobre o próprio corpo e as próprias ações, é uma criança mais saudável física e mentalmente.

“A prudência e a autoconfiança se desenvolvem se permitirmos que as crianças realizem, gradualmente, uma nova tarefa sem que interfiramos nela”, diz Emmi Pikler.

Isso porque, ao ter seu tempo de desenvolvimento respeitado, a criança alcança maior domínio sobre as habilidades psicomotoras, como foi percebido durante as brincadeiras e as atividades que exigiam coordenação motora.

“Enquanto aprende a contorcer o abdômen, rolar, rastejar, sentar, ficar de pé e andar, o bebê não apenas está aprendendo aqueles movimentos como também o seu modo de aprendizado. Ele aprende a fazer algo por si próprio, aprende a ser interessado, a tentar, a experimentar. Ele aprende a superar dificuldades. Ele passa a conhecer a alegria e a satisfação derivadas desse sucesso, o resultado de sua paciência e persistência”, afirma Emmi Pikler.

Desde então, a abordagem Pikler se tornou referência na Educação Infantil, em razão de todos esses benefícios, testados e aprovados na experiência com as crianças e os bebês do orfanato.

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Quais são os princípios da abordagem Pikler?

A abordagem Pikler é pautada em três princípios básicos que orientam a educação das crianças e dos bebês.

1.    Movimento livre

A ideia é permitir que as crianças e os bebês se movimentem com liberdade e autonomia, para descobrirem de forma espontânea como o próprio corpo funciona e quais são suas habilidades motoras, desenvolvendo consciência corporal sem a intervenção de um adulto.

Sendo assim, na abordagem Pikler, não se deve induzir a criança a realizar movimentos sem que ela mesma dê indícios de que consegue sozinha; é preciso respeitar o tempo dela. Assim como não se deve ajudá-la a se movimentar.

Quando os pais ou cuidadores ajudam a criança a ficar em uma posição, por exemplo, ela não precisou explorar seus movimentos para descobrir essa habilidade, o que limita sua capacidade e prejudica sua aprendizagem e desenvolvimento.

O movimento livre é o desenvolvimento da consciência motora sem a mediação de um adulto, que deve apenas garantir a segurança da criança para que ela se movimente livremente.

2.    Afetividade

A afetividade está relacionada ao vínculo do cuidador com o bebê, estabelecido durante a rotina e os cuidados do dia a dia. A atenção e o cuidado recebidos são essenciais para que esse bebê desenvolva confiança e aprenda a se relacionar com as pessoas e objetos.

Cada ação de cuidado, como dar banho, pode servir como estímulo para que a criança aprenda como fazer essa atividade com autonomia, caso o adulto converse com ela e explique como fazer, convidando-a a participação. Aos poucos, ela vai se apropriando dos movimentos e compreendendo o que é e como fazer cada tarefa.

Assim, a criança adquire confiança e responsabilidade por suas ações, participando ativamente de suas atividades, com a segurança que recebeu e desenvolveu.

3.    Autonomia

Além de permitir o movimento livre, é importante estimular a autonomia dos bebês e das crianças, permitindo que explorem o ambiente e descubram sozinhas suas habilidades, interagindo com seus semelhantes de maneira espontânea e natural. Contudo, é importante proporcionar um ambiente seguro e dar atenção quando for necessário.

Como trabalhar a abordagem Pikler na Educação Infantil?

Na abordagem Pikler, a ideia de que o bebê e da criança são totalmente dependentes de um adulto é rompida, portanto a prática requer qualificação dos educadores e responsáveis para aplicar esses princípios.

Promova treinamentos sobre o método na escola e sugira leituras, bem como a participação em congressos, palestras, entre outros tipos de eventos relacionados ao tema.

O ambiente também deve ser preparado para oferecer segurança. O vínculo afetivo precisa ser estabelecido, e é preciso prestar todos os cuidados necessários e supervisionar com atenção todos os movimentos, intervindo o mínimo possível.

Confira demais recomendações para colocar em prática os princípios da abordagem Pikler a seguir.

O livre brincar é a maneira mais eficaz de estimular o desenvolvimento. Segundo a abordagem Pikler, contudo, é preciso fornecer brinquedos adequados, que despertem a curiosidade e provoquem descobertas e satisfação sensorial.

Os chamados “brinquedos piklerianos” são materiais que permitem à criança explorar o mundo por ela mesma e interagir com os colegas, compartilhando, observando ou até mesmo disputando o brinquedo.

Esses brinquedos podem ser:

Vantagens ao adotar a abordagem Pikler em sua escola

Adotar a abordagem Pikler em sua escola de Educação Infantil traz benefícios para a instituição, para as crianças e para as famílias, pois proporciona:

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