Lya Luft

Para inspirar as mulheres a lutarem por seus direitos e reconhecimento na sociedade, na política e no campo do trabalho, é sempre válido lembrar da história de figuras que marcaram essa luta. O Dia da Mulher, celebrado todos os anos do dia 8 de março, foi instituído pela Organização das Nações Unidas em 1975 para reconhecer e manter viva a memória das conquistas sociais e políticas das mulheres.

O SAE Digital escolheu 10 mulheres para homenagear em 2021, batizando as salas de reunião dos escritórios do SAE Digital em Curitiba e São Paulo com seus nomes. Conheça um pouco da história de cada uma a seguir:

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Ada Lovelace (1815-1852)

Fonte: Wikimedia

Ada Lovelace foi uma escritora e matemática do século XIX, conhecida como a primeira programadora de computadores da história. Desenvolveu o primeiro algoritmo utilizado por uma calculadora da época, chamada de Máquina Analítica, considerada o primeiro modelo de computador que existiu.

A Condessa de Lovelace, Augusta Ada Byron King, nasceu em Londres. Filha do famoso poeta Lord Byron e sua esposa, Anne Isabella Byron, atualmente é conhecida como Ada Lovelace.

Por influência de sua mãe, desde jovem desenvolveu interesse por matemática e lógica, o que a levou a trabalhar com o cientista matemático Charles Babbage, na criação da Máquina Analítica. O algoritmo criado por ela para operar a máquina permitia computar os valores de funções matemáticas, realizar cálculos e processar números, sendo reconhecido como o primeiro software da história. Porém, com seus estudos acreditava ser possível ir além dessas funções. Assim, seu algoritmo foi idealizado para computar a Sequência de Bernoulli, que se refere à teoria da probabilidade e estatística, a partir de uma sequência finita ou infinita de variáveis aleatórias binárias.

Embora a Máquina Analítica nunca tenha sido de fato construída, seu legado permaneceu, pois sua linguagem de programação foi aprovada em 1980 e homenageada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. A Associação de Mulheres na Computação criou o Prêmio Ada Lovelace, em 1981. Em 1998, a Associação Britânica de Computação, patrocinadora do Lovelace Colloquium, criou a Medalha Lovelace. Em 2009 foi instituído o Ada Lovelace Day, com o objetivo dar destaque às mulheres na ciência, tecnologia, engenharia e matemática, e contribuir para a criação de novos modelos para meninas e mulheres.

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Dia da Mulher: Malala Yousafzai (1997)

Fonte: Wikimedia

Malala Yousafzai é uma ativista paquistanesa, internacionalmente reconhecida por ser a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Seu movimento humanitário busca principalmente os direitos humanos das mulheres.

Uma das principais motivações de Malala foi a luta pelo acesso à educação de jovens mulheres que são impedidas de ir à escola pelos talibãs, que têm o domínio sobre o povo de sua região natal.

Sua atuação como ativista teve início ao escrever para um blog da BBC, onde relatava sua situação de vida durante a ocupação talibã em sua cidade, que tentava controlar a população. Um tempo depois o New York Times publicou um documentário retratando o relato de Malala, o que aumentou sua popularidade e seu espaço na mídia mundial, levando-a a dar entrevistas para a imprensa e emissoras de televisão.

Em 2013 foi capa da revista Time e reconhecida pela publicação como uma das pessoas mais influentes do mundo. No mesmo ano, deu um discurso na sede da ONU, reivindicando o acesso universal à educação.

Malala recebeu diversas outras premiações e honrarias ao redor do mundo. Em 2020, formou-se no curso de Filosofia, Política e Economia, pela Universidade de Oxford.

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Clarice Lispector (1920-1977)

Fonte: Wikimedia

Chaya Pinkhasovna Lispector foi uma escritora e jornalista, considerada um dos nomes mais importantes da literatura brasileira do século XX e a maior escritora judia. Nascida na Ucrânia, veio para o Brasil em 1922 com sua família para fugir da Guerra Civil Russa, devido à perseguição aos judeus, tornando-se uma cidadã brasileira que viveu no país até a sua morte.

Ficou conhecida como Clarice Lispector, representante da terceira geração do Modernismo na literatura brasileira, com João Cabral de Melo Neto, Vinícius de Moraes e Guimarães Rosa.

Sua obra literária é composta por romances, contos, novelas, crônicas, entrevistas e literatura infantil, que contemplam cenas cotidianas simples e tramas psicológicas. Uma de suas principais características é retratar a epifania de personagens comuns em momentos cotidianos.

Estudou Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro e trabalhou em um escritório de advocacia, mas logo perdeu o interesse e passou a trabalhar como jornalista, tradutora e escritora de contos.

A partir de então, sua carreira como escritora se desenvolveu, com muitas obras que são até hoje reconhecidas e influenciam a literatura, além de vários prêmios recebidos por seu trabalho.

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Dia da Mulher: Cora Coralina (1889-1985)

Fonte: Wikimedia

Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que adotou o pseudônimo de Cora Coralina, foi uma poetisa e contista, reconhecida como uma das mais importantes escritoras brasileiras. Nascida em Goiás, foi doceira de profissão e vivia uma vida simples, retratando em suas obras o cotidiano das cidades do interior, dos becos e das ruas históricas da cidade.

Embora tenha tido pouca escolaridade, estudou até o quarto ano, seus primeiros textos foram escritos quando tinha 14 anos e publicados posteriormente nos jornais de onde morava e de outras cidades.

A primeira edição de seu livro, “Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais”, foi publicada em 1965, quando tinha 75 anos de idade. Essa obra reúne os poemas que a consagraram como uma das maiores poetisas de Língua Portuguesa do século XX.

Cora recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás em 1983 e no mesmo ano foi eleita a intelectual do ano com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores. Após sua morte, em 2006, recebeu a condecoração de Ordem do Mérito Cultural por sua contribuição à cultura brasileira.

Katherine Johnson (1918-2020)

Dia da Mulher

Fonte: Wikimedia

Katherine Coleman Goble Johnson foi uma matemática, física e cientista espacial norte-americana. Devido ao seu trabalho, foi considerada uma das cem mulheres mais inspiradoras e influentes pela BBC.

Seu trabalho contribuiu para o avanço da aeronáutica e da exploração espacial com aplicações na computação da NASA, especialmente pela precisão na navegação astronômica informatizada. Sua atuação na liderança técnica da NASA durou décadas, sendo responsável por calcular as trajetórias, janelas de lançamento e caminhos de retorno de emergência para muitos voos. Os projetos em que contribuiu incluem o Apollo 11, em 1969, o voo espacial responsável pelo primeiro pouso na Lua, o programa dos ônibus espaciais e os planos iniciais para a missão em Marte.

Katherine escreveu 26 artigos científicos que deixaram um legado como pioneira na ciência espacial e da computação, que lhe renderam diversas medalhas e honrarias, servindo de modelo para os estudantes da área. Em 2015 recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, uma condecoração que reconhece a contribuição à segurança ou a interesses nacionais dos Estados Unidos, à paz mundial, à cultura ou a outras importantes iniciativas públicas e privadas.

 

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Dia da Mulher: Lady Murasaki (978-1031)

Fonte: Wikimedia

Murasaki Shikibu, conhecida no ocidente como Lady Murasaki, foi romancista, poetisa e dama de companhia na corte imperial japonesa, conhecida por ser autora de “Gengi Monogatari”, considerado o primeiro romance literário da história. Seu romance é considerado um clássico da literatura japonesa e se expandiu para além de sua época e de seu território, fazendo com que ela entrasse para a lista dos grandes escritores da literatura universal.

Sua obra apresenta uma narrativa fluente e com aspectos psicológicos bastante expressivos, mas é complexa e extensa, com 1.100 páginas. Seus textos lembram alguns autores famosos que vieram depois dela, como Lord Byron, Jane Austen, Virginia Woolf e até Freud.

Devido à importância de sua obra, foi incluída na lista dos 100 maiores gênios da literatura pelo crítico norte-americano Harold Bloom, que considera a “História dos Genji” na cultura oriental como Dom Quixote na cultura ocidental.

 

Lya Luft (1938)

Fonte: Wikimedia

Lya Fett Luft é escritora e tradutora, colunista da revista Veja e professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, premiada pela Academia Brasileira de Letras.

Descendente de alemães, nasceu em Santa Cruz do Sul, no estado do Rio Grande do Sul. Formou-se em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela Pontifícia Universidade Católica do estado. Iniciou sua vida profissional como tradutora das línguas inglesa e alemã, e traduziu para a Língua Portuguesa mais de cem obras de autores famosos, como Virginia Woolf, Hermann Hesse e Thomas Mann. Em 1970, passou a dar aulas em faculdades.

Sua carreira como escritora teve início em 1963, com poemas reunidos em seu primeiro livro, “Canções de limiar”, publicado no ano seguinte. Sua obra completa contém 23 livros, entre romances, coletâneas de poemas, crônicas, ensaios e livros infantis. Seus livros continuam sendo traduzidos para diversos idiomas.

Seu estilo literário aborda conflitos, dificuldades e isolamento, o lado sombrio das coisas, como ela mesma relata: “Sou fascinada pelo lado complicado. […] A minha literatura nunca vai ser “aí casaram e foram felizes para sempre”.

Em 2016, recebeu o diploma Bertha Lutz, instituído pelo Senado brasileiro para reconhecer mulheres que contribuíram na defesa dos direitos da mulher e de questões de gênero no Brasil. O diploma é oferecido anualmente no Dia Internacional da Mulher.

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Dia da Mulher: Lygia Fagundes Telles (1923)

Dia da Mulher

Fonte: Wikimedia

Lygia Fagundes da Silva Telles é escritora, considerada a dama da literatura brasileira e maior escritora ainda viva do país, uma das grandes representantes do pós-modernismo. Seus escritos são um patrimônio da cultura e da língua Portuguesa.

Nasceu na cidade de São Paulo e formou-se em Direito em 1946 na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Mas seu interesse maior era a literatura, então integrou a academia de letras da faculdade e escreveu para alguns jornais na época.

Participou do projeto de construção do Museu de Literatura Brasileira, em 1975, que serviria como um centro de estudos e pesquisas para a literatura do Brasil, mas infelizmente não aconteceu. Em 1977, Lygia assumiu a direção da Cinemateca Brasileira.

Seu primeiro romance, o famoso “Ciranda de Pedra”, foi publicado em 1954 e foi bem recebido pela crítica, tornando-a reconhecida nacionalmente. Suas obras abordam temas clássicos e universais como a morte, o amor, o medo e a loucura, além da fantasia. Publicou quatro romances, vinte livros de contos, algumas crônicas e participou de antologias e coletâneas.

É internacionalmente conhecida, sendo publicada em diversos países na Europa e nos Estados Unidos. Suas obras também foram adaptadas para a televisão, teatro e cinema. Ocupou a cadeira de número 28 na Academia Paulista de Letras em 1982, depois foi eleita para ocupar a cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras, em 1985. Além dessa, recebeu diversas outras honrarias por seu trabalho.

 

Marie Curie (1867-1934)

Dia da Mulher

Fonte: Wikimedia

Marie Skłodowska-Curie foi uma física e química polonesa naturalizada francesa, conhecida por ser a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel. Foi também a primeira pessoa e a única mulher a ganhar o Prêmio Nobel duas vezes, além de ser a única pessoa a ganhar o Prêmio Nobel em dois campos científicos diferentes. Além desses títulos, foi também a primeira mulher a se tornar professora na Universidade de Paris e a primeira mulher a ser sepultada por seus próprios méritos no Panteão de Paris.

Estudou de forma clandestina na Universidade Volante de Varsóvia, onde iniciou sua jornada científica. Posteriormente, em Paris, conseguiu seus diplomas e conduziu trabalhos científicos.

Seu trabalho contribuiu para o desenvolvimento da teoria da radioatividade, termo denominado por ela, criou técnicas para isolar isótopos radioativos e descobriu dois elementos químicos, o polônio e o rádio. Com isso, conduziu os primeiros estudos para o tratamento de neoplasia utilizando sua técnica, o que deu origem ao Instituto Curie em Paris e em Varsóvia, um centro de pesquisas médicas. Ela também desenvolveu unidades de radiografia móvel para serem utilizadas em hospitais de campanha durante a Primeira Guerra Mundial, para atender às vítimas do conflito.

Seu legado vai além do Prêmio Nobel de Física e Química, que contribuíram para moldar o mundo dos séculos XX e XXI, e é também considerada a precursora do feminismo.

 

Dia da Mulher: Zaha Hadid (1950-2016)

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Fonte: Wikimedia

Zaha Mohammad Hadid foi uma arquiteta iraquiana, naturalizada britânica, representante da corrente desconstrutivista da arquitetura. Tornou-se a primeira mulher a receber o Prêmio Pritzker de Arquitetura, atribuído pelo conjunto de sua obra.

Estudou matemática na Universidade Americana de Beirute e depois formou-se em arquitetura pela Architectural Association de Londres. Tornou-se membro do Office for Metropolitan Architecture (OMA) e iniciou sua prática profissional própria em Londres, em 1979. No ano seguinte, começou a lecionar na Architectural Association.

Seus projetos mais famosos incluem o Edifício da BMW na Alemanha, o Trampolim para salto de esqui na Áustria, o Pavilhão Ponte da Exposição Internacional de Zaragoza, a Estação Funicular de Hungerburgbahn, o museu MAXXI em Roma, entre outros.

É conhecida por desconstruir o óbvio e revolucionar a arquitetura. Grande parte de sua obra é conceitual, pois quebrou paradigmas e inovou a maneira de ver as formas, o que a levou a ser chamada de Rainha das Curvas. Devido ao seu legado na arquitetura contemporânea, foi eleita a Dama da Ordem do Império Britânico, umas das maiores honrarias do Reino Unido. Também é membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras, e do Instituto Americano de Estudantes de Arquitetura.

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O SAE Digital acredita na importância de celebrar todos os anos o Dia Internacional da Mulher, para relembrar a importância das mulheres na sociedade e na história, e incentivar as novas gerações de mulheres.

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