competências socioemocionais

O estudo das emoções, ou melhor, o entendimento apurado sobre o conceito de como desenvolver as competências socioemocionais, faz parte das novas diretrizes propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ministério da Educação (MEC). A Base Nacional, que segue os desafios trazidos pelo documento “Educação para o Século XXI”, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), também reforça o compromisso com o ensino integral e impacta diretamente o Novo Ensino Médio.

Por essas e outras razões é fundamental buscar formas criativas para o desenvolvimento dessas competências em sala de aula, apostando inclusive na ludicidade.

Conforme preconiza a BNCC, o desenvolvimento das competências socioemocionais, além de garantir a preparação de cidadãos para o futuro, é essencial para assegurar a saúde mental e combater o bullying.  De forma lúdica, é possível incentivar os estudantes a expressar, reconhecer e gerenciar as emoções.

desenvolver competências socioemocionais

Desde 2020, as competências socioemocionais, fundamentais no processo de ensino e aprendizagem, devem figurar em todas as 10 competências gerais definidas pela BNCC e, obrigatoriamente, fazer parte dos currículos das escolas brasileiras. Em sala de aula, a educação socioemocional consiste no processo de compreensão e manejo das emoções, com empatia e tomada de decisão responsável.

Para que isso tudo seja realidade e posto em prática, a educação socioemocional deve ser promovida nas mais diversas situações e não apenas no ambiente escolar, pois é primordial que essas experiências se perpetuem por toda a sociedade. Em linhas gerais, devem ser desenvolvidas cinco competências:

Como desenvolver as competências socioemocionais de forma lúdica em sala de aula?

Fundamentais para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, as competências socioemocionais podem ser abordadas de forma lúdica em sala de aula, estimulando a conexão, a interação e as referências comuns aos estudantes. Esse é um espaço de protagonismo e de construção da jornada de cada um dos alunos na sociedade.

Aos professores e educadores fica reservado o desafio de mediar as competências socioemocionais no ambiente escolar. Na obra Mediação da aprendizagem: contribuições de Feuerstein e Vygotsky, os autores Marcos Meier e Sandra Garcia destacam alguns pontos interessantes sobre o papel do professor nessa tarefa:

 

  1. Intencionalidade e reciprocidade: cabe ao profissional da educação a apresentação de metas e objetivos claros e concretos, pois assim alcançará maior reciprocidade entre os estudantes.
  2. Significado: o professor deve explicar o conceito, considerando o assunto trabalhado na aula, e suas relações com outros conceitos de modo claro e objetivo. É fundamental checar se o conteúdo foi compreendido pelo aluno.
  3. Transcendência: o educador deve articular as aprendizagens de modo que ultrapassem o aqui e agora, estimulando o aluno a refletir sobre as implicações do que está sendo dito e feito.
  4. Competência: o profissional da educação deve fazer com o que o aluno se sinta capaz de aprender, incentivando a motivação e promovendo a autoestima. Em outras palavras, deve oportunizar situações em que o estudante obtenha sucesso. Para atingir o seu objetivo, as aulas, as avaliações, a linguagem, entre outros aspectos, devem estar adequados ao nível do aluno em relação ao tema abordado. Além disso, dar feedbacks aos estudantes é fundamental para o desenvolvimento deles.
  5. Regulação e controle do comportamento: o professor deve apoiar o aluno a controlar e regular suas ações nas diferentes situações, inclusive aquelas que ocorrem sob forte estresse. Diante disso, apoiar a discussão reflexiva é muito importante, tanto individualmente quanto em grupo.
  6. Compartilhamento: no ambiente escolar, o estudante deve manter e reforçar o clima de respeito e de ajuda mútua, além de valorizar a importância do controle das emoções, da comunicação clara e respeitosa e do balanceamento entre os objetivos e as metas pessoais e do grupo. Situações de debate, troca de ideias e discussões mediadas são de fundamental importância.
  7. Individuação e diferenciação psicológica: o educador deve valorizar as diferenças, de modo a desenvolver a consciência e a singularidade de cada aluno e levá-lo a perceber como essa subjetividade pode conviver com o grupo e fortalecê-lo.
  8. Planejamento e busca por objetivos: o professor pode apoiar o aluno na identificação de suas metas (objetivas, claras e que respeitem os demais) e ajudá-lo no planejamento (concreto e com passos possíveis de serem realizados) para que essas metas sejam alcançadas. A conversa e as estratégias para análise, como antecipação por imagens mentais, são de extrema importância.
  9. Procura pelo novo e pela complexidade: cabe ao profissional de educação estimular situações desafiadoras e incentivar a resolução de modo respeitoso.
  10. Consciência da modificabilidade: o educador deve sempre buscar novos caminhos, recursos e estratégias, de forma a apoiar a todos os alunos. Nunca se deve desistir de um estudante quando a maioria já dominou um assunto ou uma situação.
  11. Sentimento de pertencimento: o profissional de educação deve apoiar o aluno na identificação de pessoas que se aproximam ou que se identificam com ele. Em síntese, o educador deve auxiliar os alunos a se sentirem pertencentes a um grupo.
  12. Construção do vínculo: o educador deve buscar o estabelecimento de vínculo com os alunos e vice-versa. A conexão afetiva é fundamental para a ação em grupo.

 

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Exemplo de atividade lúdica para desenvolver as competências socioemocionais em sala de aula

No Caderno de Práticas da BNCC há um exemplo interessante e lúdico de como colocar em prática essa mediação. A atividade sugere pensar a linguagem e a rotina escolar como prática social.

A prática gira em torno da produção de um jornal da escola. Essa atividade pode ser considerada sinônimo de protagonismo juvenil, afinal, os alunos têm participação ativa em todo o processo de discussão de pautas, elaboração de conteúdo, além de o material trazer a público temas do cotidiano e do dia a dia da escola.

Mas, na prática, como fazer essa atividade de forma lúdica?

Por meio da produção do jornal, os professores e demais profissionais da educação envolvidos podem propor debates para verificar experiências, ideias e limitações (competência da autoconsciência) e mediar adequadamente a participação de cada estudante levando em conta essas questões. Ao longo de todo processo, é possível estimular trocas enriquecedoras e outras atividades para dar vazão à criatividade e à interação.

Na prática, o educador deve:

 

O processo de construção do jornal oferece ao professor uma oportunidade singular para o desenvolvimento das competências socioemocionais. Trata-se de um momento propício ao estímulo da ludicidade e criatividade com base no estabelecimento de vínculos e na criação de laços de amizade e de solidariedade.

A construção do jornal na escola viabiliza um processo de sensibilização que pode ecoar por todo o espaço escolar, provocando debates relevantes e favorecendo a mudança de posturas. Por meio do desenvolvimento desse trabalho coletivo é possível superar e combater problemas como o bullying.

Como desenvolver as competências socioemocionais ?

Na Educação Infantil, por exemplo, promover brincadeiras e jogos é fundamental para o desenvolvimento das competências socioemocionais de forma lúdica. Eles favorecem o raciocínio, a atenção, a imaginação e a criatividade, além de serem perfeitos para mostrar a importância de compartilhar, cooperar e se relacionar.

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O profissional da educação também deve apostar na cultura maker. Por meio dessa metodologia, os estudantes lideram a ação em diferentes tipos de atividades, sejam elas tecnológicas ou manuais. Os alunos assumem um papel protagonista no processo de aprendizado, o que atribui mais valor a todas as etapas e ao conhecimento desenvolvido.

Ensino Médio

No Novo Ensino Médio as competências socioemocionais serão preponderantes para o desenvolvimento da autonomia, da comunicação, da proatividade, do autoconhecimento, da perseverança, da criatividade e do pensamento crítico.

De acordo com o estudo intitulado “Competências para o progresso social: o poder das competências socioemocionais”, realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as habilidades socioemocionais são essenciais para que jovens e adultos alcancem voos mais altos. Segundo o documento, estudantes com essas características mais desenvolvidas apresentam maior probabilidade de concluir o ensino superior, de conquistar boas oportunidades de trabalho e de garantir bons salários.

O Novo Ensino Médio realça a importância de formação de cidadãos atuantes na sociedade. Assim, a definição do Projeto de Vida e a escolha pelos Itinerários Formativos asseguram aos alunos momentos adequados para a reflexão sobre suas vocações e para o desenvolvimento de percursos de aprendizagens alinhados aos próprios interesses e prioridades.

Certamente esse é um passo importante para o desenvolvimento da futura profissão e ingresso no mercado de trabalho, uma vez que o conjunto de competências cognitivas, articulado às habilidades socioemocionais, potencializará a jornada dos estudantes para que alcancem resultados positivos.

A diferença de desenvolver as competências socioemocionais

Cada vez mais necessárias, as competências socioemocionais podem ser o ponto de partida para grandes transformações em sala de aula por meio de atividades lúdicas e outras propostas educativas.

A aposta no desenvolvimento dessas habilidades é fundamental para a formação das novas gerações e pode trazer mudanças necessárias e almejadas socialmente.

Fazer a diferença é o grande desafio dos educadores nas escolas, propiciando a interação e gerando as conexões necessárias entre os estudantes. Aposte em soluções criativas e favoreça o protagonismo juvenil. O resultado será surpreendente!

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Imagem: freepik

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