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Educação Artística na escola

Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver.

Bertolt Brecht

A arte é uma das principais formas de expressão cultural na sociedade, é uma manifestação estética e comunicativa, que utiliza diferentes linguagens, como a arquitetura, o desenho, a escultura, a pintura, a escrita, a música, a dança, o teatro e o cinema, em suas variadas combinações.

Somos influenciados por ela diariamente, mesmo sem perceber. Na escola, a Educação Artística pretende despertar e desenvolver nos alunos a linguagem artística, para atuarem na sociedade por meio dela.

Conheça a importância dessa disciplina para a formação dos alunos. Leia o post completo e saiba mais!

Educação Artística na escola

Qual a importância da Educação Artística na escola?

As aulas de Educação Artística na escola costumam ser associadas a momentos de recreação, lazer e entretenimento, por ser mais dinâmica e dispor de materiais diferenciados na produção artística, mas é muito mais do que isso!

Essa disciplina ensina aos alunos as diversas linguagens artísticas, estimulando a expressão por meio delas, o desenvolvimento de novas habilidades e uma leitura do mundo sob a perspectiva das artes.

Desde os primórdios da história da humanidade a arte existe e carrega muitos significados. Estudá-la permite aos alunos conhecer e compreender o mundo analisando essas linguagens artísticas.

A prática de atividades artísticas estimula a criatividade, pois propõe aos alunos a criação de obras, esculturas, objetos, desenhos, pinturas, textos, músicas, peças de teatro, entre outros.

O processo criativo da arte ocorre a partir da percepção, com o objetivo de expressar emoções e ideias, imprimindo e materializando um significado único e diferente para cada obra.

Estimula o pensamento crítico, ao compreender que a arte expressa e manifesta questões sociais, culturais, históricas e políticas, levando os alunos a interpretar e desvendar os mecanismos de expressão dessa linguagem.

Esse componente curricular contribui para a interação crítica dos alunos com a complexidade do mundo, de modo a promover o respeito às diferenças e o diálogo com outras culturas, etnias e linguagens, fundamentais para o exercício da cidadania.

Desenvolve a sensibilidade dos alunos ao contemplarem a arte e buscarem interpretá-la como uma linguagem não verbal, desvendando o que ela busca comunicar com base no que estão vendo e sentindo.

A Educação Artística também permite ao aluno aprender a se expressar e se autoconhecer no processo de criação, imprimindo na arte produzida sua identidade, o que sente e gosta, bem como se comunicar por meio dela.

As funções cognitivas são estimuladas com a Educação Artística na escola, pois ao criar e apreciar a arte a atenção é amplamente desenvolvida, assim como a percepção, a linguagem, a memória e as funções executivas do cérebro.

A motricidade e a expressão corporal também são estimuladas e aprimoradas com a Educação Artística na escola, ao manusear diferentes materiais e praticar modalidades da arte que envolvem o corpo, como a dança e o teatro.

Habilidades sociais podem ser desenvolvidas com a Educação Artística na escola, pois muitas atividades são coletivas, como a dança, o teatro e a música, que promovem a interação e ajudam no entrosamento de crianças mais tímidas, por exemplo.

Realizar atividades artísticas também reduz o estresse e a hiperatividade das crianças e dos jovens, por serem dinâmicas e saírem da rotina escolar de aulas teóricas e expositivas – em que assistem ao professor e escrevem o conteúdo no caderno –, utilizam a energia retraída nas aulas de artes.

Além disso, os alunos podem descobrir talentos que de outro modo não seriam percebidos, que podem até mesmo direcionar seu projeto de vida – crianças que descobrem habilidades para desenhar, por exemplo, acabam se interessando por seguir carreira na arquitetura, na engenharia, no design ou na moda.

Como vimos, a Educação Artística contribui muito para o desenvolvimento integral de crianças e jovens, impactando diretamente suas vidas e, consequentemente, a sociedade, tornando o mundo mais belo e expressivo por meio da arte.

Histórico da Educação Artística no Brasil

A Educação Artística foi incluída no currículo escolar em 1971, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), como atividade educativa, e não como disciplina.

Em 1996, foi revogada a disposição anterior e Artes foi reconhecida como uma disciplina, cujo ensino passa a ser obrigatório nas escolas de educação básica, conforme o parágrafo 2.º do artigo 26, que vigora atualmente:

O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório da educação básica”.

Em 2008, a música se tornou componente curricular obrigatório na disciplina de Artes, conforme a Lei nº 11.769, que acrescentou o parágrafo 6.º ao artigo 26 da LDB:

A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2.º deste artigo.” NR

Depois, em 2016, outros componentes curriculares do ensino da arte foram acrescentados à lei, definidos no parágrafo 6.º:

As artes visuais, a dança, a música e o teatro são as linguagens que constituirão o componente curricular de que trata o § 2.º deste artigo”.

Além disso, em 1997 foram criados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), para servir de referência na elaboração dos currículos escolares do ensino fundamental e médio, das redes pública e particular.

Para o ensino de Artes, os PCNs estabelecem quatro modalidades artísticas a serem trabalhadas nas escolas: artes visuais, música, teatro e dança. Para tanto, devem seguir três eixos: produzir, apreciar e contextualizar. Esses eixos se baseiam na Metodologia Triangular.

Por fim, com a criação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que define as aprendizagens essenciais da educação básica, a Educação Artística na escola recebe maior atenção, como veremos a seguir.

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Como se adequar à BNCC?

Para a BNCC, o estudo de Artes proporciona momentos de aprendizado de outras culturas e formas de vida, das diferenças sociais, e propicia o desenvolvimento do senso crítico, sendo o aluno protagonista e criador dessas linguagens artísticas também.

O componente curricular Arte está presente no Ensino Fundamental, e contempla as seguintes linguagens artísticas:

Essas linguagens envolvem as práticas de criar, ler, produzir, construir, exteriorizar e refletir sobre formas artísticas.

As formas de expressão no processo de aprendizagem em Arte, se baseiam na sensibilidade, na intuição, no pensamento, nas emoções e nas subjetividades, que devem ser estimuladas nos alunos.

Conforme preconiza a BNCC, as aulas de Educação Artística na escola devem seguir seis dimensões de conhecimento, articuladas entre si:

  1. Criação

Refere-se ao fazer artístico, quando as pessoas criam, produzem e constroem. Trata-se de uma atitude intencional e investigativa que confere materialidade estética a sentimentos, ideias, desejos e representações em processos, acontecimentos e produções artísticas individuais ou coletivas.

Essa dimensão diz respeito à assimilação do que está em jogo durante o fazer artístico, processo permeado por tomadas de decisão, entraves, desafios, conflitos, negociações e inquietações.

  1. Crítica

Trata-se de impressões que direcionam as pessoas a novas compreensões do espaço em que vivem, por meio do estudo e da pesquisa, com base no estabelecimento de relações entre as diversas experiências e manifestações artísticas e culturais vividas e conhecidas.

Essa dimensão articula ação e pensamento propositivos, envolvendo aspectos estéticos, políticos, históricos, filosóficos, sociais, econômicos e culturais.

  1. Estesia

Envolve a experiência sensível das pessoas em relação ao espaço, ao tempo, ao som, à ação, às imagens, ao próprio corpo e aos diferentes materiais. Essa dimensão articula a sensibilidade e a percepção, tomadas como forma de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo. Na estesia, o corpo em sua totalidade (emoção, percepção, intuição, sensibilidade e intelecto) é o protagonista da experiência.

  1. Expressão

Relaciona-se às possibilidades de exteriorizar e manifestar as criações subjetivas por meio de procedimentos artísticos, tanto em âmbito individual quanto coletivo. Essa dimensão emerge da experiência artística com os elementos constitutivos de cada linguagem, dos seus vocabulários específicos e das suas materialidades.

  1. Fruição

Diz respeito ao deleite, ao prazer e ao estranhamento no contato com obras de arte, e à abertura para se sensibilizar durante a participação em práticas artísticas e culturais. Essa dimensão implica na disponibilidade das pessoas para a relação continuada com produções artísticas e culturais oriundas das mais diversas épocas, lugares e grupos sociais.

  1. Reflexão

Refere-se ao processo de construção de argumentos e ponderações sobre as fruições, as experiências e os processos criativos, artísticos e culturais. Consiste na atitude de perceber, analisar e interpretar as manifestações artísticas e culturais, seja como criador, seja como leitor.

Competências específicas para o ensino de Artes

  1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos indígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
  2. Compreender as relações entre as linguagens da Arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na prática de cada linguagem e nas suas articulações.
  3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais – especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que constituem a identidade brasileira –, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em Arte.
  4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela, no âmbito da Arte.
  5. Mobilizar recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística.
  6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de produção e de circulação da arte na sociedade.
  7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções, intervenções e apresentações artísticas.
  8. Desenvolver a autonomia, a crítica, a autoria e o trabalho coletivo e colaborativo nas artes.
  9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões de mundo.

Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Educação é a Base. Versão Final. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 17 set. 2021.

Educação Artística na escola

A prática artística possibilita o compartilhamento de saberes e de produções entre os alunos por meio de exposições, saraus, espetáculos, performances, concertos, recitais, intervenções, apresentações e eventos artísticos e culturais, na escola ou em outros locais.

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