Débora Seabra

Professoras brasileiras

Historicamente, as mulheres não tinham direito à educação, tampouco podiam exercer a profissão de professoras. Elas começaram a reivindicar esse direito a partir da segunda metade do século XIX.

Nessa época, uma imprensa feminina passou a ter visibilidade, liderada por algumas mulheres que tiveram a oportunidade de estudar, e passaram a contestar essa realidade e reivindicar a emancipação moral e a educação pública para todas as mulheres.

professoras brasileiras

Com a promulgação da primeira Constituição brasileira, em 1824, o ensino tornou-se gratuito e extensivo para mulheres. Entretanto, o direito ao voto só foi concedido às mulheres no Brasil em 1932.

Porém, as mulheres só tinham acesso à educação primária, os graus acadêmicos mais elevados eram reservados aos homens brancos da classe dominante. A primeira mulher a se formar na faculdade, no curso de Medicina, ocorreu somente em 1887.

Na trajetória de reivindicação do direito à educação e da conquista do espaço das mulheres no âmbito acadêmico, muitas professoras brasileiras se destacam. Conheça algumas delas no post de hoje!

Professoras Brasileiras – Nísia Floresta Augusta

Fonte: http://www.agendabh.com.br/wp-content/uploads/2018/05/nisia-floresta.jpg

Nísia Floresta nasceu em 12 de outubro de 1810, na cidade de Papari, Rio Grande do Norte. Conhecida como a primeira educadora feminista do Brasil, foi pioneira na defesa dos direitos das mulheres e lutava pela emancipação feminina, que para ela só ocorreria por meio da educação.

Em 1832, publicou o livro Direitos das mulheres e injustiça dos homens, que aborda os direitos das mulheres à educação e ao trabalho, e exige que elas sejam consideradas intelectualmente aptas e merecedoras de respeito pela sociedade.

Esse livro é uma tradução livre feita pela educadora do manifesto feminista Vindications of the rights of woman, da autora inglesa Mary Wollstonecraft, escrito em 1792.

Seu objetivo era ampliar a educação das mulheres, que estavam habituadas a aprender somente atividades domésticas, para cuidar da casa, do marido e dos filhos.

Ela escreveu diversos livros com ideias feministas, com um posicionamento bastante inovador para a época. Além desse tema, escrevia em prol da abolição da escravatura, de um governo republicano e da liberdade religiosa.

Nísia foi uma das primeiras mulheres brasileiras a publicar textos em jornais da grande imprensa, rompendo com o lugar social comum feminino, o que influenciou a prática educacional do país.

A partir dessa ideia, em 1838 fundou o Colégio Augusto, na cidade do Rio de Janeiro, destinado a meninas e adolescentes, para aprenderem a ler, a escrever, a fazer contas matemáticas, ciências, geografia, gramática e outros idiomas.

O colégio funcionou por 17 anos, entretanto, sofreu muitas críticas e acabou sendo fechado em 1855, por considerarem supérfluas as disciplinas ministradas às meninas. Um dos críticos utilizou o seguinte argumento:

Trabalhos de língua não faltaram; os de agulha ficaram no escuro. Os maridos precisam de mulher que trabalhe mais e fale menos” (Jornal O Mercantil, edição de 2 de janeiro de 1847).

Nísia jamais se calou, continuou escrevendo livros sobre feminismo, abolição da escravatura e direitos dos povos indígenas. Faleceu em 1885, na França. A cidade onde nasceu, foi rebatizada com seu nome após sua morte.

Anália Franco

Fonte: https://www.saopauloinfoco.com.br/historia-analia-franco/

Anália Emília Franco Bastos nasceu na cidade de Resende, no Rio de Janeiro, em 1.° de fevereiro de 1853. Teve destaque em seu trabalho como professora, começou a lecionar com 15 anos e fundou mais de 70 escolas.

Lançou diversos livros sobre educação, peças de teatro, romances e poesias. Também lançou uma revista própria, chamada Álbum das Meninas, em que escrevia sobre os direitos das mulheres.

Fundou a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva, em 1901, que contava com escolas maternais e primárias, creches, bibliotecas, escolas noturnas, oficinas profissionalizantes, asilos, liceus, abrigos, centros de atendimento médico e oficinas.

Em 1902, inaugurou o Liceu Feminino, que oferecia formação para qualificar as professoras para dirigir e lecionar em suas escolas. Durante os cursos, publicou inúmeras obras sobre o processo pedagógico, como O Novo Manual Educativo.

Após sua morte, em 1919, decorrente da gripe espanhola, seu marido concretizou seu último projeto, o Asilo Anália Franco. O prédio onde funcionou a sede da Associação Feminina Beneficente e Instrutiva foi tombado como patrimônio histórico de São Paulo e, em sua homenagem, foi dado o nome de Jardim Anália Franco a um bairro da cidade.

Professoras Brasileiras – Mariazinha Fusari

Fonte: https://www.ubec.edu.br/conheca-cinco-mulheres-que-transformaram-educacao/

Maria Felismina de Rezende e Fusari (1940-1999), foi uma arte-educadora brasileira, que estudou Música, Pedagogia, Artes Plásticas e Comunicação Visual. Especializou-se em Meios Audiovisuais na Educação Escolar.

A partir de 1980, realizou pesquisas na área de Televisão e Vídeo na formação de professores. Lecionou arte e foi coordenadora de Serviço de Recursos Audiovisuais em escolas de educação básica.

Foi professora de Metodologia do Ensino de Artes Plásticas em curso de licenciatura e nas áreas de Meios de Comunicação e Educação e Arte na Educação.

Graças ao seu conhecimento e trabalho na área, é considerada um dos principais nomes da educomunicação no Brasil, que consiste em uma forma de educar por meio da utilização dos recursos de mídia, pouco óbvia em sua época.

Foi cofundadora do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE), da Universidade de São Paulo (USP), no qual desenvolveu projetos de pesquisa sobre a relação entre mídia e infância, o que colaborou com a ampliação do diálogo entre os campos de conhecimento da comunicação e da educação.

Maria Teresa Mantoan

Fonte: https://www.gruposummus.com.br/autor/maria-teresa-egler-mantoan/

Conhecida por ser uma das maiores defensoras da educação inclusiva no Brasil, Maria Teresa defende ser fundamental o respeito às diferenças, pois esse é o primeiro passo para construir uma sociedade mais justa.

A pedagoga brasileira foi professora de educação especial e se dedicou a estimular o ensino de crianças com deficiência em escolas regulares, partindo do princípio da convivência e respeito às diferenças.

Escreveu diversos livros sobre educação inclusiva, tornou-se referência nos estudos sobre o tema e inspira os educadores a concretizarem a inclusão nas escolas de todo o país.

Maria Teresa Mantoan é Oficial da Ordem Nacional do Mérito Educacional, em reconhecimento a sua contribuição à educação brasileira. Dedica-se, nas áreas de pesquisa, docência e extensão, ao direito incondicional de todos os alunos à educação escolar de nível básico e superior de ensino.

Professoras Brasileiras – Débora Garofalo

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Fonte: https://querobolsa.com.br/revista/debora-garofalo-global-teacher-prize

Débora nasceu em São Paulo, em 12 de setembro de 1979. Formou-se em Letras e Pedagogia e atua como professora da rede pública há 16 anos.

Em suas aulas, utilizava materiais de sucata para trabalhar a robótica e estimular o protagonismo dos alunos, por meio da aprendizagem criativa, das experiências e dos conhecimentos prévios dos alunos e do uso reflexivo das tecnologias.

Essa iniciativa tornou-se um projeto em 2015, com o objetivo de retirar o material reciclável descartado nas ruas da cidade e transformá-lo em objeto de conhecimento para o trabalho de robótica.

O projeto teve reconhecimento internacional, o que a levou a ser a primeira mulher brasileira e a primeira sul-americana a ser finalista no Global Teacher Prize, considerado o Nobel da educação, consagrada como uma das 10 melhores professoras do mundo.

Foi convidada pelo Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, a compor a equipe da secretaria e coordenar o setor de Tecnologia e Inovação.

Débora Seabra

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Fonte: https://catracalivre.com.br/cidadania/debora-seabra-primeira-professora-com-sindrome-de-down-do-pais/

Débora é a primeira professora com síndrome de Down do Brasil. Sempre estudou em escolas da rede regular de ensino em Natal, cidade onde nasceu. Fez curso de magistério e atualmente dá aulas em um colégio particular tradicional da cidade.

Lutou muito para conquistar seu espaço. Durante o curso de magistério, chegou a fazer greve para não entrar na sala de aula enquanto não fosse aceita como igual, empenhando-se a favor da inclusão.

Atua como professora há 12 anos na Educação Infantil. Já viajou para diversas cidades e países, fazendo palestras sobre o combate ao preconceito na sala de aula.

Em 2013, ela lançou seu primeiro livro, intitulado Débora conta histórias, que reúne fábulas infantis que abordam de forma sutil a tolerância, o respeito e a amizade.

Professoras Brasileiras – Eda Luiz

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Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI164959-15228,00-ENSINO+DE+GENTE+GRANDE.html

Eda Luiz é responsável por buscar o desenvolvimento de um modelo de escola democrática, propondo um espaço educativo aberto à comunidade, com acesso livre e de mútuo respeito entre as pessoas. Eda é referência internacional no âmbito da educação inclusiva, democrática e comunitária.

É coordenadora pedagógica do CIEJA (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos) de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo. As aulas são chamadas de “encontros” e a escola é aberta para quem quiser participar.

Eda reunia todos os funcionários da escola e então saíam para conhecer a comunidade em torno do colégio, pois acredita ser fundamental saber quais são as potencialidades e dificuldades que o bairro impõe aos seus estudantes.

O conteúdo é estruturado com base nas quatro áreas do conhecimento. Além desse currículo obrigatório, anualmente realiza-se uma assembleia, no mês de fevereiro, para que a comunidade escolar escolha um tema central a ser desenvolvido por todos os alunos em grupo.

Os alunos participam de cada área do conhecimento durante um mês, e nesse período devem levar uma situação-problema do bairro onde vivem relacionada ao tema central e buscar solucioná-la, de forma ética e inclusiva, com o objetivo de aplicar as possíveis soluções na comunidade e mudar a realidade.

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