Um dos maiores problemas de qualquer escola é a evasão escolar, ou seja, quando os alunos deixam de efetivar a matrícula no ano letivo seguinte. E essa situação se torna muito preocupante quando acontece de maneira sucessiva.
Esse é um cenário mais corriqueiro em instituições públicas, em que, por exemplo, 36,5% dos jovens de 19 anos não terminaram o ensino médio – de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Contudo, esse quadro também se faz presente nas escolas privadas e merece atenção. Segundo o Censo Escolar de 2015, promovido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em parceria com o Ministério da Educação (MEC), a rede particular de ensino apresentou um índice de evasão escolar de 3,6%.
Se não acompanhada e retida, essa taxa pode aumentar rapidamente e ter grande impacto no desempenho financeiro, no processo de ensino-aprendizagem e na valorização da marca. Por isso, gestores precisam estar atentos aos sinais desse problema e agir rapidamente. Esta matéria traz algumas orientações de como identificar e prevenir a evasão escolar.
Causas da evasão escolar
Os motivos para levar um estudante a interromper os estudos são vários, inclusive atuando de maneira concomitante. Algumas causas apresentam efeitos de curto prazo no comportamento das crianças e adolescentes, podendo ser mais facilmente percebidas. Porém, outras atuam de forma subjetiva, demorando a manifestar mudanças de humor, atitudes e até mesmo físicas.
A seguir você confere os principais gatilhos para a evasão escolar, embora não sejam os únicos. O mais importante é que a equipe pedagógica esteja preparada e antenada para mapear esses pontos, entendê-los e assim planejar ações de prevenção e reversão.
- Vítima de violência física ou psicológica. O bullying tem sido um dos principais motivos para registros de sintomas de ansiedade, casos de depressão e evasão escolar nas escolas.
- Dificuldade financeira. É fato que o Brasil passou por uma grande crise alguns anos atrás e vive em uma prolongada recessão, colocando limitações orçamentárias a muitas famílias que dificultam o pagamento das mensalidades e demais custos relacionados. Nesse cenário, até mesmo a distância de casa até a escola pode ser um obstáculo.
- Pouca identidade com o ambiente escolar. Caso o estudante se sinta deslocado dentro da escola, há grandes chances de ele se isolar, fugindo de interações sociais, o que comprometerá sua aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Esse isolamento pode incitar outros motivos que combinados levarão o aprendiz à evasão escolar.
- Baixo rendimento escolar. As notas baixas e as consequentes reprovações podem ser resultados de diferentes dificuldades do aluno, incluindo a mencionada no tópico anterior, e acarretar outros potenciais motivos (como o que virá a seguir) para que ele busque outra escola ou até mesmo interrompa os estudos.
- Falta de interesse em aprender. O desinteresse em estudar pode vir do baixo rendimento de aprendizagem, que por sua vez tem forte relação com a falta de inovação na escola, currículo desatualizado ou descontextualizado, demanda excessiva de conteúdo, ausências de atividades dinâmicas, entre outros.
- Superdotação. A situação oposta, ou seja, a falta de desafios para um aluno com nível de aptidão de aprendizado acima da média, também é um fator de desestímulo à presença dele na escola.
- Desestruturação familiar. A saúde física e psicológica dos estudantes está diretamente ligada ao suporte recebido em casa. Problemas familiares podem ocasionar desvios de comportamento e queda no rendimento acadêmico.
- Identificação de doença ou limitação física. Todos estão suscetíveis a ficar doentes ou sofrer acidentes, e algumas vezes essas enfermidades podem restringir temporariamente ou definitivamente o convívio de um estudante no ensino convencional. O surgimento de necessidades especiais pode fazer com que os pais ou responsáveis procurem uma instituição especializada.
- Envolvimento com atividade ilícitas. Infelizmente, é inquestionável os elevados índices de violência e uso de drogas no nosso país, atingindo estudantes de todas as regiões, etnias e classes sociais.
- Gravidez precoce. Entre as jovens estudantes, um dos maiores índices de motivação para a evasão escolar é a gravidez quando ainda adolescentes.
Sinais de evasão escolar
Analisando essas principais causas, podemos observar que a maioria delas não se baseiam em fatos isolados. Elas são na verdade os resultados de uma sequência de acontecimentos que desencadeiam o desinteresse pelo aprendizado, o baixo rendimento escolar, o deslocamento dentro do ambiente da escola e a consequente evasão escolar.
Assim, esses motivos vão apresentando sinais que podem ser percebidos ao longo do tempo. E o professor, que está constantemente em contato com os estudantes, é o profissional com melhor capacidade para identificar as primeiras manifestações da desistência dos estudos ou desejo de mudar de escola. Os sinais de evasão escolar mais comum são:
- Alteração comportamental. Mudanças drásticas e duradouras na maneira como os alunos se comportam devem ser observadas de perto, por exemplo, os casos de crianças consideradas tranquilas que começam a agir agressivamente ou se tornam muito agitadas.
- Ausências constantes. As faltas, que antes eram esporádicas e justificadas, passam a ser cada vez mais frequentes.
- Falta de atenção e pouca participação nas aulas. Estudantes que apresentam dispersão durante explicações, evitam questionar o educador mesmo quando incentivados e não executam as atividades passadas precisam ser acompanhados de perto e receber o apoio necessário.
Ações para prevenir a evasão escolar
Conforme debatemos até aqui, as causas da evasão escolar muitas vezes são processos que vão deixando sinais de que problemas existem na instituição. Esses motivos de afastamento dos alunos devem ser percebidos o quanto antes, e para isso existem algumas ações preventivas que podem reduzir a evasão escolar. Abaixo você confere exemplos de como proceder.
- Realizar pesquisas escolares. Periodicamente é fundamental questionar alunos, pais ou responsáveis e educadores sobre, por exemplo, quais pontos positivos e negativos enxergam na escola, a percepção da qualidade de ensino e o que poderia ser melhorado.
- Promover eventos escolares. Viabilizar atividades extracurriculares e comemorativas abertas à comunidade é uma maneira eficiente de aumentar o engajamento e a fidelização de estudantes e suas famílias.
- Fomentar projetos educacionais. Criar espaços e oportunidades para que assuntos do cotidiano e da realidade dos estudantes possam ser debatidos, como bullying, sexualidade, uso de drogas, sustentabilidade, entre outros.
- Garantir a formação continuada para professores. Vimos anteriormente que os educadores são aqueles com maior contato com os alunos e, portanto, as pessoas mais adequadas para identificar os sinais e as causas da evasão escolar. Por isso, esses profissionais precisam estar preparados, passando por treinamentos e orientações pedagógicas constantes.
Sugestão de leitura: Como estimular o compartilhamento de boas práticas entre os professores?
- Adotar tecnologias educacionais. O propósito aqui é adequar as atividades educacionais à realidade do aluno, reduzindo o desinteresse pelas aulas e melhorando o desempenho de aprendizagem. Nesse sentido, podemos citar videoaulas, livros digitais e conteúdos de Realidade Aumentada.
- Monitorar desempenho de alunos e professores. Para saber se educadores e estudantes estão conseguindo se desenvolver, o acompanhamento individual de resultados ao longo do ano é essencial.
Para conciliar todas essas preocupações e ações é demandada muita atenção dos gestores e coordenadores. Mas um sistema de ensino adequado ao contexto e à realidade da escola, como o SAE Digital, pode tornar essa missão bem menos complicada do que parece, sendo um grande aliado para a gestão escolar, principalmente no tocante à captação e retenção de alunos. Fale com um dos nossos consultores para descobrir a solução ideal para a sua escola.
Até a próxima!
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