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A data de reabertura das escolas com o retorno às aulas presenciais ainda é incerta. A determinação será feita por estados e deverá seguir uma série de medidas de segurança. Mas a certeza é que a volta às aulas presenciais, em um cenário atípico, exigirá uma adaptação das escolas. As mudanças não têm relação apenas com a contenção da pandemia e segurança com a saúde, mas também devem considerar o acolhimento dos alunos.

Por que acolher os alunos no retorno às aulas presenciais?

Assim como aconteceu com os adultos, a pandemia abalou psicologicamente as crianças e jovens. Além do isolamento social, em que elas precisaram mudar a rotina e ficar em quarentena, outras questões referentes ao assunto tiveram um impacto grande em suas vidas. Um deles é o receio de eles próprios ou seus familiares contraírem o vírus. 

Educação e Coronavírus – Quais são os impactos da pandemia?

Outras questões que escolas e professores entrarão em contato com a retomada das aulas presenciais são:

Muitos alunos podem ter perdido entes queridos ou alguns conhecidos. Para muitos pode ter sido a primeira vez de ter que lidar com a morte. Este já é um assunto que exige cuidado especial ao ser tratado, e o cenário atual traz ainda mais atenção com relação ao tema.

De repente, as aulas presenciais tiveram que ser suspensas e os alunos foram obrigados a se adaptarem rapidamente à modalidade remota. Essa mudança brusca na rotina também é um assunto que merece atenção. A necessidade de estudar em um ambiente diferente do escolar e a falta de contato pessoal com os colegas podem ter um impacto direto no desempenho.

Em meio a essa mudança, houve também a alteração na rotina dos pais. Em muitos casos eles passaram a ficar mais tempo em casa mas, por conta do trabalho, não podem dedicar todo o tempo aos filhos. A necessidade de trabalhar em casa e lidar com diversos outros problemas também pode impactar negativamente os filhos, que voltarão com essa bagagem emocional para as aulas presenciais.

Ao voltar a ver pessoas, é preciso lidar com uma possibilidade maior de contrair o vírus. Esse pode ser mais um problema que as escolas e os educadores podem ter que lidar ao receber os alunos de volta às aulas presenciais.

Também é comprovado que o estado psicológico dos pais tem altas chances de influenciar o dos filhos. Como muitos adultos também não encararam bem o período de isolamento social, com os medos e mudanças na rotina, o aluno pode trazer essa bagagem de casa.

Depois de todo esse período, a volta às aulas presenciais também representará outra grande mudança na vida das crianças e jovens. Portanto, uma readaptação à realidade com distanciamento social e outras orientações sanitárias será necessária. 

Reabertura das escolas pós-pandemia – Como planejar?

Como a escola pode acolher os alunos nas aulas presenciais?

A escola, naturalmente, já tem o papel de acolhimento. Por isso, é papel dela ajudar os estudantes a lidarem com os próprios sentimentos, em toda a Educação Básica. O desenvolvimento de competências socioemocionais para prepará-los para a vida profissional e social, como um todo, está prevista na Base Nacional Comum Curricular. 

Saiba como a escola pode atuar para desenvolver essas competências no retorno às aulas presenciais.

Em um momento atípico como o vivido atualmente, essa função torna-se ainda mais importante. Depois de os alunos passarem muito tempo sem frequentar a escola, eles chegarão com o emocional abalado nas aulas presenciais. 

Para te ajudar a entender melhor como lidar com essa questão, veja algumas atitudes que escolas e educadores podem realizar para acolher os alunos no retorno às aulas presenciais:

A primeira preocupação da escola deve ser com a saúde dos alunos, pois antes de ser um espaço de conforto emocional, ela precisa passar segurança para reduzir o medo que os jovens podem estar sentindo. 

As medidas sanitárias podem variar de acordo com recomendações de autoridades locais para a reabertura das escolas. No entanto, há uma série de pontos em comum que devem ser considerados:

Outra função importantíssima que as instituições de ensino e, principalmente, os educadores terão de ter nesse momento é o de escutar. Os professores, gestores e demais funcionários da escola devem se mostrar à disposição dos alunos, tanto durante as aulas presenciais quanto fora delas, caso eles tenham alguma queixa ou insegurança.

Essa escuta também é útil para entender o que cada aluno está passando e como ajudá-los melhor. Por exemplo, se o maior problema do aluno for o medo de contrair a doença, a escola pode destacar as medidas de segurança tomadas e o papel delas. Se o tempo longe dos colegas foi o maior problema, é importante promover ações de interação.

Além de momentos de escuta individuais, para acolher os alunos e ainda proporcionar união na volta às aulas presenciais, é importante propor rodas de conversas entre eles. É uma oportunidade interessante para as crianças e jovens escutarem sobre as experiências e sentimentos de cada um.

Esses momentos não precisam ser necessariamente sobre assuntos ligados ao conteúdo escolar ou à pandemia. Apenas o fato de voltarem a conversar já traz a aproximação que pode ter feito falta aos estudantes durante o período de isolamento.

É importante que os alunos lembrem que a escola é um lugar agradável e divertido para aprender. Por isso, as atividades de aprendizado e relacionamento devem ser mantidas.

É importante, contudo, respeitar não só as recomendações sanitárias e de segurança, mas também o desejo de cada estudante. Pode ser que alguns sintam medo ou não estejam confortáveis de realizar certas atividades ou brincadeiras. Diante disso, os professores precisam respeitar e acolher a decisão dos alunos.

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Os pais e a escola devem estar aliados para o melhor acolhimento das crianças. Por isso é imprescindível manter um bom relacionamento com os familiares de seus alunos.

Além disso, os pais também podem precisar de algum auxílio. Seja com relação a eles próprios ou à segurança e apoio dos filhos. Diante disso, informações frequentes sobre as crianças e comunicação próxima são essenciais. 

Lembre-se que os sentimentos e aflições dos pais, muitas vezes, são passados para os filhos. Então, para que as crianças fiquem mais tranquilas, os pais precisam estar amparados.

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O papel dos professores no acolhimento dos alunos

Os professores têm um papel importantíssimo no acolhimento dos alunos na volta às aulas presenciais. Eles são os mais próximos dos alunos. Por ter o contato diário com eles, serão os primeiros a serem procurados em caso de problemas. Por isso, é preciso que eles se mostrem próximos e à disposição para ouvir e ajudar diante de qualquer desconforto.

Os professores também devem estar atentos com relação aos diferentes comportamentos dos estudantes. Desde atitudes do dia a dia, até o desempenho escolar. Diante disso, é importante informar os gestores e responsáveis pelo aluno. Eles também devem ser os responsáveis por propor as atividades diferentes em aula, como as rodas de conversas.

Com relação ao conteúdo pedagógico, é preciso tolerância. Na volta às aulas presenciais, os educadores vão precisar rever as expectativas com relação aos conteúdos planejados e objetivos almejados. 

O desempenho dos alunos também pode sofrer uma queda com o retorno. Durante o período de aulas à distância, o aprendizado pode ter sido prejudicado. Antes de retomar o conteúdo, o ideal é fazer uma avaliação diagnóstica para atestar a situação das turmas e, se necessário, abordar certos temas novamente.

Nesse cenário atípico, os professores precisam passar por muita adaptação e trabalhar a empatia com os alunos. O SAE Digital apresenta mais alguns conteúdos para os professores e gestores que podem ser úteis na volta às aulas presenciais. 

Clique no vídeo abaixo e veja orientações especiais sobre como preparar a volta às aulas presenciais e acolher os alunos.

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