projetos de solidariedade

A solidariedade na escola aparece em uma das competências gerais da BNCC,  recomendando que os alunos desenvolvam ao longo de sua vida escolar princípios solidários para ter responsabilidade e cidadania. A décima competência, “Responsabilidade e cidadania”, define habilidades e aprendizagens essenciais para uma formação integral de alunos responsáveis e cidadãos, que, para tanto, precisam:

“Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários”.

O que é solidariedade?

A solidariedade é uma virtude necessária para a experiência humana, para que possamos conviver em sociedade e evoluir. Ela nos convida a ir além do nosso próprio interesse para contemplar o outro enquanto ser humano, semelhante a nós, com gestos de empatia, acolhimento e doação. Existem dois tipos de solidariedade, a filantrópica e a democrática, que divergem entre si, mas têm igual importância.

A solidariedade filantrópica envolve ajudar o próximo que está em uma situação de urgência e algum tipo de sofrimento, uma ação paliativa para aliviar a situação. Essa ajuda se configura por ser voluntária, não visando benefício próprio. Já a solidariedade democrática se configura pela participação conjunta dos envolvidos, visando ao crescimento de todos, com foco na igualdade, na cooperação, na coletividade e no respeito ao direito de cada um, não se restringindo ao ato de caridade.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), o ser humano é um sujeito social e cultural, e, como tal, uma de suas finalidades é a atividade econômica. Neste sentido, a economia solidária é “fruto da organização de trabalhadores e trabalhadoras na construção de novas práticas econômicas e sociais fundadas em relações de colaboração solidária”.

Esse é um exemplo de solidariedade, em que são considerados os deveres e direitos de todos, pautados na democracia, que por sua vez considera as necessidades de todos com respeito e consideração por si e pelos outros.

Para desenvolver a solidariedade é preciso ter um comportamento social solidário, que não seja baseado na competição, mas sim pela colaboração e um pensamento pautado na coletividade. Um comportamento social solidário ocorre quando um trabalho é executado com a participação de todos, direta ou indiretamente, sendo o diálogo fundamental para que ele ocorra.

Uma citação de Paulo Freire sobre a importância do diálogo para a solidariedade reforça a ideia de que é preciso considerar os outros como a si mesmo para um comportamento solidário:

“A autossuficiência é incompatível com o diálogo. Os homens que não têm humildade ou a perdem, não podem aproximar-se do povo. Não podem ser seus companheiros de pronúncias do mundo. Se alguém não é capaz de sentir-se e saber ser tão homem quanto os outros, é que lhe falta ainda muito que caminhar, para chegar ao lugar de encontro com eles. Neste lugar de encontro, não há ignorantes absolutos, nem sábios absolutos: há homens que, em comunhão, buscam saber mais” (FREIRE, 2005. p. 93).

Para Reitzenstein, a “solidariedade social deve significar ação social conjunta em que uma multiplicidade de pessoas empenha-se mutuamente, diante de uma contra ‘parte social’ a partir de uma situação de vida igual e conjunta e em função de objetivos comuns e iguais” (REITZENSTEIN apud ZOLL, 2007. p. 17).

Assim, de modo geral, a solidariedade envolve empatia, colaboração, coletividade, união, igualdade, trabalho em equipe, humildade, respeito, diálogo, doação, interação e democracia.

Como podemos ser solidários na escola?

A solidariedade se constrói em cada pessoa, a partir de sua própria estrutura e da representação que ela tem da realidade na sua interação com o meio, pois as vivências sociais influenciam na forma como vemos, sentimos e agimos diante das experiências. A escola é um desses ambientes, pois nela ocorrem muitas experiências sociais e afetivas, que levam os alunos a reconhecer o outro como seu semelhante, que possui as mesmas necessidades e os mesmos direitos e deveres.

Por mais que a estrutura do aluno construída pelas experiências pessoais e ensinadas pela família não tenha lhe oferecido noções de solidariedade, o meio pode contribuir para a aquisição desta virtude. Dessa forma, estimular as interações e as relações no ambiente escolar é fundamental para o desenvolvimento da solidariedade na formação dos alunos, partindo da consciência de que todos estão lá como iguais para aprender. Assim, a solidariedade se manifesta quando algum aluno apresenta alguma dificuldade e precisa da compreensão e ajuda dos outros para conseguir superá-la com base na empatia e noção de que em algum momento todos podemos precisar de ajuda.

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Como podemos praticar a solidariedade na escola?

Para construir uma educação mais solidária é preciso haver uma transformação na forma de pensar e agir de todos, distanciando-se da ideia de competição e interesse sobre os outros. Essa transformação inclui desenvolver relações de reciprocidade, respeito, compreensão e igualdade de direitos e deveres, respeitando as diferenças de cada indivíduo.

Mas antes de ensinar o aluno a olhar para o próximo com respeito, cuidado e empatia, é preciso desenvolver o autoconhecimento e o autocuidado, pois, a partir do momento em que se trabalha o “eu” é possível enxergar o outro. O autoconhecimento e o autocuidado também faz parte das competências gerais da BNCC, e se relaciona diretamente com o desenvolvimento da solidariedade, como podemos ver:

“Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo- se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas”.

A BNCC define os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento e inclui a solidariedade como objeto de trabalho. Na Educação Infantil, os professores devem demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos (EI02EO01). No Ensino Fundamental, no componente curricular de Educação Física, deve-se problematizar preconceitos e estereótipos relacionados ao universo das lutas e demais práticas corporais, propondo alternativas para superá-los com base na solidariedade, na justiça, na equidade e no respeito (EF67EF17). No Ensino Médio, além das finalidades desta etapa da educação, espera-se que o aluno seja capaz de construir projetos pessoais e coletivos baseados na liberdade, na justiça social, na solidariedade, na cooperação e na sustentabilidade.

No componente de Ciências, é preciso trabalhar a consciência dos valores éticos e políticos envolvidos nas relações com o meio e consigo, a fim de atuar socialmente com respeito, responsabilidade, solidariedade, cooperação e repúdio à discriminação. Em Ciências Humanas, deve-se trabalhar os direitos humanos, o respeito ao ambiente e à coletividade, o fortalecimento de valores sociais, a solidariedade, a participação e o protagonismo voltados para o bem comum, focando na preocupação com as desigualdades sociais.

Em História, a solidariedade deve aparecer ao analisar e compreender os diferentes movimentos históricos dos povos, levando em conta o respeito e a solidariedade com as diferentes populações. Já o componente curricular da Língua Portuguesa propõe o exercício literário que inclua a função de produzir certos níveis de reconhecimento, empatia e solidariedade, com o foco em reinventar, questionar e descobrir-se. Por fim, em Ciências Humanas e Sociais aplicadas o objetivo é uma formação ética com base nas ideias de justiça, solidariedade, autonomia, liberdade de pensamento e escolha, que permitam a compreensão e o reconhecimento das diferenças e o respeito aos direitos humanos.

A solidariedade na escola é fundamental para a formação integral dos alunos, principalmente no que se refere à formação humana e social, o que cumpre a competência da BNCC de responsabilidade e cidadania. Para promover a solidariedade por meio das atividades escolares, é necessário propor trabalhos em grupo, sendo a cooperação peça essencial para que construam juntos a aprendizagem. As atividades em equipe permitem considerar a vivência e a experiência de vida de cada pessoa envolvida no processo, favorecendo o diálogo, a troca de conhecimentos, a empatia, a compreensão da realidade, entre outros.

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Solidariedade na Escola

Exemplos de projetos de solidariedade para a sua escola

Projetos são excelentes formas de promover o trabalho em equipe e a solidariedade, pois estimulam os alunos a resolver um problema juntos a partir da construção de um plano de ação em que todos devem participar e unem de forma eficaz a teoria e a prática, tornando mais significativa e interessante a atividade, ao passo que estimula as interações interpessoais.

Conheça alguns exemplos de projetos que o SAE Digital desenvolveu para suas escolas conveniadas promover a solidariedade:

1-  Solidariedade na Escola: Saneamento Básico: eis a questão!

Trata-se de um trabalho de observação para que o aluno faça um levantamento de dados atuais sobre a comunidade e o sistema municipal de água e esgoto existentes, identifique bairros que não possuem saneamento básico, áreas de risco do município, bacias hidrográficas e escoamento das águas e coloque em prática ações preventivas que permitam sugestões para novas diretrizes do município, garantindo saneamento básico para todos.

Sua finalidade é fazer com que os alunos conheçam a realidade e as dificuldades que algumas populações enfrentam, de modo a buscarem soluções para ajudá-las com a colaboração dos colegas, da escola, da família e de toda a comunidade escolar.

2-  De lá pra cá: transitando na cidade

O projeto propõe aos alunos e à escola uma reflexão sobre mobilidade urbana, meios de transportes alternativos para deslocamento dentro da cidade e trânsito mais consciente e seguro, a fim de conhecer novos modais, participar ativamente da resolução de problemas urbanos ou mesmo transformar-se em multiplicadores de ações educativas na comunidade onde residem.

O trabalho de observação proposto como atividade desencadeadora do projeto permite ao aluno levantar dados históricos e atuais sobre a comunidade de entorno e a forma como utiliza os vários modais. Com isso, o passo seguinte é analisar e validar os dados em ações preventivas que permitam sugestões para novas diretrizes para o trânsito a partir do universo da escola para a comunidade.

3-  Solidariedade na Escola: Cuidado, isso pega!

O intuito desse projeto é trazer os principais conceitos e práticas relacionados à prevenção de doenças virais, e analisar os impactos que causam na sociedade, para produzir materiais que orientem a comunidade sobre o convívio de alunos e professores, utilizando os conhecimentos de diferentes disciplinas para promover reflexões, unificar ações e construir mudanças no ambiente escolar e na comunidade. .

Seu objetivo é desenvolver a capacidade de interpretar o cotidiano e atuar de modo a incorporar atitudes adequadas para a melhoria da qualidade de vida, conscientizando a comunidade escolar sobre os métodos de prevenção das doenças virais e a importância da realização do tratamento prescrito pela equipe de saúde.

4 – Conhecendo e cuidando do meu lugar: meio ambiente, turismo e sustentabilidade regional no cotidiano escolar

A proposta deste projeto tem como base os programas da ONU e CNBB para promover a sustentabilidade por meio do turismo, abrangendo os âmbitos econômico, social e ambiental, com o objetivo de consolidar conhecimentos específicos por série e área em ações que promovam mudanças significativas no ambiente escolar e na comunidade, inspirando a sociedade a promover com responsabilidade os desenvolvimentos econômico, social e ambiental.

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Como vimos, trabalhar a solidariedade na escola é fundamental para uma formação responsável e cidadã, e o SAE Digital está sempre buscando formas de oferecer o melhor ensino, que contemple todas as habilidades e competências necessárias.

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