Nos últimos tempos a discussão acerca da educação integral ganhou espaço no meio educacional. Mas, afinal, você sabe qual é o seu significado? Como ela se relaciona com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? Quais são os princípios e as vantagens?
Educação integral X Educação em tempo integral
Antes de qualquer coisa, vamos tirar uma dúvida que muitas pessoas têm quando se deparam com o termo educação integral. A confusão é, geralmente, com relação a educação em tempo integral. Será que os dois termos significam a mesma coisa? NÃO! Eles têm conceitos diferentes.
A educação em tempo integral está associada ao tempo em que os alunos passam na escola, ou seja, nas instituições que oferecem esse tipo de ensino. Elas têm um currículo ampliado e aulas diferenciadas para o aluno que passa o dia inteiro na escola.
Por outro lado, a educação integral tem um conceito bem diferente. Vamos ver qual é?
Então, o que é…
A educação integral é a promoção do desenvolvimento integral do indivíduo em todas as suas dimensões, ou seja, o desenvolvimento intelectual, físico, emocional, social e cultural.
Sendo assim, essa não é uma responsabilidade única da escola, mas sim uma responsabilidade coletiva, que envolve os estudantes, as famílias, os educadores e a comunidade local.
Agora que você já entendeu o que é, vamos ver como ela se relaciona com a Base Nacional Comum Curricular.
Como a educação integral aparece na BNCC?
Como já vimos em outros posts, a sociedade atual “impõe um olhar inovador e inclusivo a questões centrais do processo educativo: o que aprender, para que aprender, como ensinar, como promover redes de aprendizagem colaborativa e como avaliar o aprendizado” (BNCC, 2018).
Para isso, é necessário que os estudantes desenvolvam determinadas habilidades e competências para atuar, conforme explica a própria BNCC, “com discernimento, responsabilidade para resolver problemas, além de ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades. ”
Você deve estar se perguntado como a educação integral se insere nesse contexto, não é mesmo? Bem, a BNCC afirma explicitamente seu compromisso com o tema ao reconhecer que a educação básica deve formar e desenvolver o estudante em toda a sua globalidade.
Ou seja, rompendo com visões reducionistas que dão prioridade para apenas uma das dimensões – cognitiva ou afetiva, e assumindo uma
“(…) visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. Além disso, a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades” (BNCC).
Dessa forma, o pacto da BNCC com a educação integral propõe a aplicação dos conhecimentos na vida real – uma forma de dar sentido ao que se aprende em sala de aula – bem como o protagonismo do aluno durante o processo de ensino-aprendizagem e na construção de seu projeto de vida!
Quais são os princípios da Educação Integral?
O Centro de Referências em Educação Integral explica que a formação integral e global do estudante deve acontecer de acordo com alguns princípios: centralidade do estudante, aprendizagem permanente, perspectiva inclusiva e gestão democrática. Vamos ver o que cada um deles significa?
1. Centralidade do Estudante
O primeiro princípio é a centralidade do aluno, ou seja, como o próprio termo diz, o foco é no aluno. Com isso, todo projeto pedagógico deve ser construído e revisitado a partir das necessidades do aluno.
Isso significa que a proposta deve ser personalizada e que tenha, de fato, a participação dos alunos nessa construção de um processo de ensino-aprendizagem global.
2. Aprendizagem permanente
Outro princípio é a aprendizagem permanente, o que pressupõe que todas as dimensões do processo de ensino-aprendizagem estejam inseridas no currículo. Dessa forma, as dimensões desenvolvidas não é somente a intelectual, mas também a social, emocional, física e cultural, compondo assim um desenvolvimento integral.
Segundo o Centro de Referências em Educação Integral, “na Educação Integral os conteúdos acadêmicos se articulam aos saberes dos alunos e comunidades, dialogam com diferentes linguagens e compõem experiências formativas que envolvem e integram o conhecimento do corpo, das emoções, das relações e códigos socioculturais”.
3. Perspectiva inclusiva
A perspectiva inclusiva também está entre os princípios da educação integral. Portanto, as propostas pedagógicas devem respeitar todas as diferenças, como as deficiências, a origem étnica e racial, religiosa, entre outros.
Dessa forma, é proposto que todos os espaços escolares sejam inclusivos e que, nesses locais, os estudantes tenham oportunidade de desenvolvimento em suas inúmeras dimensões.
4. Gestão democrática
Outro pilar importante é a gestão democrática, que existe para garantir os interesses e necessidades de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes.
Assim, a gestão democrática pressupõe que as decisões e o acompanhamento das atividades sejam realizados de forma coletiva com a comunidade escolar – alunos, pais e educadores.
E aí, como esse conceito é trabalho em sua escola? Ficou com alguma dúvida sobre a educação integral? Deixe um comentário!
Realmente,a Educação Integral demanda tempo, participação de todos e a tão sonhado engajamento dos pais nesse processo.
Muito bom maravilhoso ajuda muito esses conteudo limpa a mente auxilia nos estudo muito obrigada
Olá Estela! Que bom que gostou! Continue acompanhando o Blog. Temos novidades toda semana!