resultados educacionais

A liderança na escola como estratégia para melhorar os resultados na educação

Por Renato Casagrande

Todas as vezes que nos deparamos com os resultados educacionais obtidos pelas diferentes avaliações padronizadas pelos governos ou órgãos competentes, nos convencemos de que não sabemos, de fato, atacar e melhorar a qualidade do nosso ensino. A liderança na escola como estratégia para melhorar os resultados é o grande desafio para a Educação.

A maioria dos alunos continua saindo do ensino médio sem compreender bem o que lê, sem fazer contas com três algarismos e diferenciar o que é fato de opinião. É triste, mas esses acontecimentos não são únicos.

Nossos alunos, além de não aprenderem uma língua estrangeira, saem sem saber fundamentos básicos de matemática, química, física, biologia, história, geografia. E o mais grave é que saem sem um projeto de vida, sem perspectivas, sem autoconfiança e com certos comportamentos éticos duvidosos.

Isso tudo gera inquietação nos educadores e nos responsáveis pelas políticas educacionais. Onde estamos errando? Por que estamos errando tanto? Quando vamos encontrar o rumo?

É válido lembrar que há 40, 50 anos tínhamos, com certeza, uma qualidade educacional maior. Na época não havia medições nem indicadores locais, nacionais ou internacionais que nos permitissem comparar com dados de hoje. Mas quem foi aluno ou professor daquele período sabe que havia outro comprometimento por parte de todos com a escola.

No entanto, os indicadores positivos de aprendizagem eram para poucos. A grande maioria era excluída daquela escola. Assim, era mais fácil estabelecer e implementar políticas educacionais focadas em qualidade para poucos estudantes. Esses alunos, na sua grande maioria filhos da classe média, tinham em casa uma educação mais rígida e bastante alinhada com os valores da escola e da sociedade da época. Tudo ficava mais fácil e tudo se alinhava.

Hoje em dia não há dúvida de que tivemos avanços consideráveis na educação nas últimas décadas. Melhoramos nos indicadores quantitativos, como, por exemplo, na redução da taxa de analfabetismo no Brasil, que caiu de 12% em 2001 para 8% em 2018, segundo o Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF), um estudo realizado pela ONG Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro.

Também tivemos, segundo levantamento do Todos pela Educação, um crescimento de 11,8 pontos percentuais na taxa de conclusão do ensino médio entre 2012 e 2018. Mesmo sendo menor a taxa de conclusão no ensino fundamental, também houve um pequeno avanço de 7 pontos no mesmo período. Aqui os dados quantitativos revelam que há uma melhoria no que se refere à conclusão do ensino médio e fundamental.

Entretanto, em sua maioria, as notícias não são boas. Resultados do último Pisa, programa internacional de avaliação coordenado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), mostram que o Brasil ficou abaixo da média das 79 nações cujos estudantes foram avaliados. No ranking geral, o país ficou em 57º lugar em leitura, em 70º em matemática e em 66º em ciências. O que mais nos assusta é que de cada 100 alunos somente dois conseguem distinguir um fato de opinião. Ainda, segundo o IBGE (2018), dos alunos concluintes do ensino médio em escolas públicas, apenas 36% entram no curso superior, sendo que de escolas particulares esse percentual é mais que o dobro, alcançando 79,2%. Temos muito a avançar.

 

Fica então o grande desafio. Se estamos conseguindo crescer em alguns índices quantitativos, precisamos agora nos debruçar na conquista da excelência de fato. Vivemos em um mundo globalizado em que nossos alunos competem com jovens de todo mundo. Não podemos nos dar ao luxo de adiarmos para não sei quando a revolução que precisamos fazer na educação.

Essa revolução pode e deve começar em cada escola, em cada sala de aula, na medida em que os professores e gestores passarem a assumir de fato a liderança do processo. São eles, professores e gestores, que podem com políticas claras, ajuda, apoio e aporte financeiro dos sistemas desenvolver novos programas e projetos que consigam mobilizar essa grande massa de estudantes que não encontra mais sentido na escola de hoje.

É preciso inventar, reinventar, transformar a escola e, para isso, clama-se por líderes dispostos a abraçar a causa da educação. Vem com a gente! O convite de hoje é liderar para obter melhores resultados.

 

Renato Casagrande é presidente do Instituto Casagrande. É conferencista, palestrante, escritor, pesquisador e consultor em Educação, Gestão e Liderança no Ambiente Educacional. Também é autor de livros e artigos publicados no Brasil e no exterior. Doutorando em Educação, é mestre e bacharel em Administração e licenciado em Matemática.

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