Hipátia de Alexandria

A contribuição de mulheres na ciência começou muito antes da instituição do Dia Internacional da Mulher e dos movimentos feministas, mas não era muito reconhecida. Vamos apresentar nesse texto quem foram as mulheres destaques na ciência e e tecnologia.

Historicamente, as grandes descobertas científicas estavam atreladas ao trabalho dos cientistas homens, levando a sociedade a acreditar que as mulheres não participavam da área científica.

Para provar que isso não é verdade, listamos a seguir algumas mulheres que iniciaram pesquisas na ciência, mesmo sem incentivo, e foram responsáveis por grandes descobertas.

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Quem são as mulheres destaques na ciência?

Hipátia de Alexandria (370-415)

Hipátia nasceu em Alexandria, no Egito. Ela foi uma filósofa neoplatônica grega do Egito Romano e era chefe da escola platônica em Alexandria, onde também lecionou filosofia e astronomia.

Ela é considerada a primeira mulher matemática da história, desenvolvendo pesquisas em astronomia, física e filosofia. Como neoplatonista, pertencia à tradição matemática da Academia de Atenas.

Hildegard de Bingen (1098-1179)

Hildegard nasceu na Alemanha, na Idade Média. Ela foi uma monja beneditina, mística, teóloga, compositora, pregadora, naturalista, médica informal, poetisa, dramaturga, escritora e mestra do Mosteiro de Rupertsberg, em Bingen am Rhein, na Alemanha. Tornou-se uma santa e doutora da Igreja Católica.

Ela escreveu livros sobre botânica e medicina e suas habilidades de médica eram conhecidas e frequentemente confundidas com milagres. Seus feitos se tornaram tão famosos que um asteroide foi batizado em sua homenagem: o 898 Hildegard.

Maria Gaetana Agnesi (1718-1799)

Maria Gaetana nasceu em Milão. Ela foi linguista, teóloga, benfeitora, filósofa e matemática. Na ciência, é conhecida por escrever o primeiro livro que tratou, simultaneamente, do cálculo diferencial e integral. Esse livro é reconhecido como o primeiro livro de álgebra escrito por uma mulher.

A matemática italiana descobriu uma solução para as equações que é utilizada até hoje e também foi a primeira mulher a ser convidada para ser professora de matemática em uma universidade.

Ada Lovelace (1815-1852)

Ada Lovelace foi uma escritora e matemática do século XIX, conhecida como a primeira programadora de computadores da história. Desenvolveu o primeiro algoritmo utilizado por uma calculadora da época, chamada de Máquina Analítica, considerada o primeiro modelo de computador que existiu.

O algoritmo criado por ela para operar a máquina permitia computar os valores de funções matemáticas, realizar cálculos e processar números, sendo reconhecido como o primeiro software da história.

Mulheres destaques na ciência: Elizabeth Arden (1884- 1966)

Elizabeth é canadense e foi uma das grandes cosmetólogas e empresárias do mundo moderno, responsável por criar as primeiras fórmulas dos produtos de beleza.

Era enfermeira e começou a sua carreira criando cremes para queimaduras em sua própria cozinha, usando leite e gordura. A partir de então, passou a trabalhar no desenvolvimento de um creme hidratante perfeito. Isso deu origem a uma das mais valiosas empresas de cosméticos da atualidade.

Marie Curie (1867-1934)

Marie Curie foi uma física e química polonesa naturalizada na França, considerada a mãe da Física Moderna. Ela foi responsável pela pesquisa pioneira sobre a radioatividade, pela descoberta dos elementos polônio e rádio e por conseguir isolar isótopos desses elementos.

Foi a primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel e a única mulher a ganhá-lo duas vezes, além de ser a única pessoa a ganhar o Prêmio Nobel em dois campos científicos diferentes.

Mulheres destaques na ciência: Florence Sabin (1871-1953)

Nascida nos Estados Unidos, Florence foi médica e cientista. Era conhecida como “a primeira-dama da ciência americana” e foi pioneira das mulheres na ciência no país, pois militava pelo direito de igualdade das mulheres.

Ela estudou os sistemas linfático e imunológico do corpo humano e tornou-se a primeira mulher a ganhar uma cadeira na Academia Nacional de Ciência dos EUA, a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Universidade Johns Hopkins de Medicina e a primeira mulher a chefiar um departamento no Instituto Rockefeller de Pesquisa Médica.

Matilda Moldenhauer Brooks (1888-1981)

Matilda foi uma bióloga norte-americana que atuou na área de Biologia Celular. Em 1932, ela fez a importante descoberta científica de que o composto de coloração azul de metileno é um antídoto ao envenenamento por monóxido de carbono e cianeto.

Entretanto, sua descoberta foi apresentada por um médico, que escreveu sobre tratamentos bem-sucedidos utilizando o composto azul de metileno para tratar envenenamento por cianeto, mas omitiu que a descoberta foi de Brooks. Ela se posicionou diante do Conselho de Administração do Mount Holyoke College e conquistou seu lugar de direito.

Mulheres destaques na ciência: Virginia Apgar (1909-1974)

Virgínia foi uma médica norte-americana, especializada em obstetrícia e anestesiologia. Liderou vários campos da anestesiologia e foi a responsável pela criação da neonatologia.

Ela desenvolveu a Escala de Apgar, um exame que avalia recém-nascidos e diminui as taxas de mortalidade infantil. Como especialista em anestesia, descobriu que algumas substâncias usadas como anestésico durante o parto acabavam prejudicando o bebê.

Nise da Silveira (1905-1999)

Nise foi uma psiquiatra brasileira bastante renomada, aluna de Carl Gustav Jung, importante psicólogo suíço, fundador da Psicologia Analítica. Ela contribuiu muito para a Reforma Psiquiátrica no Brasil, lutando contra métodos de tratamento comuns na sua época, como terapias agressivas de choque, confinamento e lobotomia. Além disso, ela desenvolveu um método de tratamento psiquiátrico mais humanista.

Gertrude Belle Elion (1918-1999)

Gertrude foi uma bioquímica norte-americana que recebeu o Nobel de Fisiologia e Medicina em 1988, por utilizar métodos inovadores, os quais possibilitaram o desenvolvimento de drogas para o tratamento de doenças e a descoberta de novos princípios de quimioterapia, incluindo os betabloqueadores.

Ela desenvolveu medicações para suavizar sintomas de doenças como Aids, leucemia e herpes. Seus remédios matavam ou inibiam a produção de patógenos, sem causar danos às células contaminadas.

Mulheres destaques na ciência: Johanna Döbereiner (1924-2000)

Johanna foi uma engenheira agrônoma brasileira, pioneira na área de biologia do solo. Suas pesquisas foram fundamentais para que o Brasil desenvolvesse o Programa Nacional do Álcool e se tornasse o segundo produtor mundial de soja. É a sétima cientista brasileira mais citada pela comunidade científica mundial.

Suas pesquisas contribuíram para que o país economize todos os anos cerca de 1,5 bilhões de dólares, que seriam gastos em fertilizantes. Além disso, seu estudo sobre fixação de nitrogênio aumentou o acesso a alimentos mais baratos, o que lhe rendeu uma indicação para o Nobel de Química, em 1997.

Katherine Johnson (1918-2020)

Katherine foi uma matemática, física e cientista espacial norte-americana. Seu trabalho contribuiu para o avanço da aeronáutica e da exploração espacial com aplicações na computação da NASA, especialmente pela precisão na navegação astronômica informatizada.

Ela trabalhou durante 33 anos na liderança técnica da NASA, sendo responsável por calcular as trajetórias, as janelas de lançamento e os caminhos de retorno de emergência para muitos voos. Ela também participou de projetos como a missão à Lua e a Marte.

Mulheres destaques na ciência: Chien-Shiung Wu (1912-1997)

Nascida na China e naturalizada nos Estados Unidos da América, Chien-Shiung formou-se em matemática, mas atuou na área da física, o que a levou a participar do Projeto Manhattan, que produziu as primeiras bombas nucleares, por meio da criação do processo de separação do urânio em urânio-235 e urânio-238 por difusão gasosa.

Ela conduziu também o experimento de Wu, que descobriu que a conservação da paridade foi violada pela interação fraca, fornecendo uma maneira de definir operacionalmente esquerda e direita sem referência ao corpo humano.

Mulheres na Ciência hoje

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria com a ONU Mulheres, declarou em 2015, o dia 11 de fevereiro como o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência.

O objetivo é incentivar e promover a participação de mulheres na ciência, pois reconhece a falta de equidade de gênero na área, considerando que menos de 30% dos pesquisadores do mundo são mulheres, de acordo com a Unesco.

Com isso, a data é um marco para a promoção da igualdade de direitos entre homens e mulheres em todos os níveis do sistema educacional, sobretudo nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (Science, Technology, Engineering and Mathematics – STEM).

Para Fábio Eon, coordenador dos setores de Ciências Naturais e de Ciências Humanas e Sociais da Unesco no Brasil, “Precisamos trabalhar para que mais mulheres se especializem e atuem nas áreas STEM. Isso vai possibilitar a diversidade na pesquisa e expandir o grupo de pesquisadores talentosos, trazendo novas perspectivas, capacidades e criatividade”.

Outro projeto que promove a participação das mulheres na Ciência, em parceria com a Unesco Brasil e a Academia Brasileira de Ciências, é o programa “Para Mulheres na Ciência”, promovido pela L’Oréal Brasil desde 2006.

O programa completa 15 anos no Brasil e 22 anos a nível internacional. A ideia é transformar o ambiente científico e estabelecer a equidade de gêneros no cenário brasileiro e global.

A cada edição são escolhidas sete jovens pesquisadoras, de diversas áreas de atuação na Ciência, que são contempladas com uma bolsa-auxílio para ser investida em sua pesquisa. Os trabalhos são avaliados por uma comissão julgadora formada por renomados profissionais da área.

O prêmio já reconheceu mais de 100 cientistas promissoras, que receberam incentivo para darem prosseguimento aos seus estudos, contribuindo com o desenvolvimento da ciência no Brasil.

Conheça algumas mulheres que são destaque na Ciência na atualidade:

Jennifer Doudna

Jennifer é bioquímica e bióloga molecular dos Estados Unidos e é professora da Universidade da Califórnia em Berkeley. Mais uma das grandes mulheres de destaques na ciência no Brasil. Ela foi responsável pelo desenvolvimento de um método de edição de genoma, o que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Química em 2020.

A técnica permite que seja possível fazer edições ultraprecisas no DNA das células, o que pode ajudar na cura de deformidades genéticas e doenças como o câncer e o HIV.

Nina Tandon

Nina é uma engenheira biomédica estadunidense, CEO e co-fundadora da EpiBone, considerada a primeira companhia do mundo em criação de ossos humanos para reconstrução de esqueletos.

Sua pesquisa de doutorado teve como tema a engenharia de tecidos. Com base nisso, o projeto desenvolvido em sua organização permite tanto a criação de ossos quanto que eles cresçam até a forma e tamanho necessários. Eles são facilmente implantados no corpo, pois são feitos das próprias células do paciente.

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Mayana Zatz

Mayana é bióloga molecular e geneticista brasileira. Mais uma das grandes mulheres de destaques na ciência no Brasil. Sua pesquisa tem como foco a genética humana, principalmente as distrofias musculares progressivas, sendo uma das primeiras pesquisadoras a localizar um gene relacionado a um tipo de distrofia.

Ela também participou da equipe responsável pelo mapeamento do gene que causa a síndrome de Knobloch, um distúrbio genético raro. Autora de mais de 300 artigos científicos, luta pela aprovação de políticas públicas em favor da ciência no Brasil.

Françoise Barré-Sinoussi

Françoise é uma virologista francesa que contribuiu com a descoberta do vírus do HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), o que possibilitou o desenvolvimento do tratamento da doença que matou mais de 35 milhões de pessoas.

Sua contribuição lhe rendeu o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 2008. Ela também ocupou o cargo de Presidente da Sociedade Internacional para a AIDS entre os anos de 2012 e 2016.

Marcelle Soares-Santos

Marcelle é uma física brasileira, com mestrado e doutorado em astronomia. Atualmente, ela realiza pesquisas sobre ondas gravitacionais e energia escura no Fermilab, laboratório especializado em física de partículas de alta energia do Departamento de Energia dos Estados Unidos da América. Mais uma das grandes mulheres de destaques na ciência no Brasil.

Ela é a única brasileira entre os 16 líderes que coordenam a pesquisa, que é um complemento à descoberta de ondas gravitacionais, teoria que venceu o prêmio Nobel de Física de 2017.

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O SAE Digital acredita que as mulheres têm muito a contribuir com a ciência e devem ser incentivadas e reconhecidas todos os dias, além de serem grandes destaques na ciência!

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