A sintonia entre família e escola é uma premissa incontestável para o desenvolvimento de alunos, seja no âmbito acadêmico ou na condição indivíduo. Entretanto, sabemos, também, que as escolas procuram estabelecer essa sintonia, mas, que isso ainda é uma meta difícil de ser alcançada e totalmente cumprida. Isso se deve ao fato de muitos fatores se associarem para que haja essa dificuldade: o cotidiano, os processos internos, a burocracia que sempre está presente, a própria dificuldade de relacionamento interpessoal de cada um, entre outros.
Considerando a natureza da atividade‐fim das escolas, o ato de educar, de transformar a sociedade (mudar o mundo em última instância!), é importante tirar um tempo para discutir a habilidade se relacionar bem e de fazer isso em prol do desenvolvimento de alunos/filhos.
Howard Gardner, psicólogo americano que definiu os sete tipos de inteligência (linguística, lógico – matemática, visual‐espacial, sinestésica, musical, interpessoal e intrapessoal) em seus estudos, nos mostra a importância da reflexão sobre todos esses diferentes tipos.
De forma especial, nesse momento, gostaríamos de discutir a inteligência interpessoal na relação família versus escola.
Inteligência interpessoal na relação família e escola
A facilidade em estabelecer laços de empatia, de conseguir colocar‐se no lugar do outro, compreendendo‐o sem julgamento é competência fundamental desse tipo de inteligência. O portador desse tipo de competência não permanece apenas na condição de observador, mas preocupa‐se em estabelecer ações que, de fato, promovam soluções e encaminhamentos para situações variadas que envolvam o outro: são excelentes gestores de conflitos! E as instituições de ensino convivem cotidianamente com situações conflituosas em vários âmbitos, inclusive no relacionamento com familiares.
Independente da motivação que coloque pais e escola em campos diferentes é necessário lembrar que entre as duas instituições está um ser comum aos ideais de ambas as partes: a criança, o aluno. Como especialista em educação, cabe à escola apresentar competência em inteligência interpessoal.
Aqui, não se trata de apenas acatar as demandas das famílias, mas também de encontrar, verdadeiramente, encaminhamentos corretos e saudáveis para aqueles que são o centro das relações entre as duas instituições (família e escola), mesmo que isso signifique, muitas vezes, desagradar pessoas.
Para isso, sugerimos alguns itens a fim de que todos os setores da escola exercitem:
1- Estudar e aprofundar temáticas que promovam o desenvolvimento da inteligência interpessoal;
2- Promover a comunicação de todas as ações e iniciativas escolares ou acadêmicas com padrão de clareza e dentro de um planejamento que considere também as demandas/ prazos das famílias;
3- Cumprir prazos e datas acertados com os familiares em qualquer questão ou situação que foram definidos previamente. Mesmo que não haja respostas ou resoluções finais é importante “dar retornos”, pois demonstra o quanto à escola se importa com a criança e com sua família;
4- Uma vez resolvida qualquer questão que esteja em pauta, é fundamental acompanhar os procedimentos posteriores, assegurando que, de fato, houve resolução efetiva;
5- Manter histórico, registro, de todas as situações resolvidas de cada aluno. Isso permite amadurecimento tanto por parte da equipe pedagógica, que conta com a experiência, quanto dos familiares, que podem a qualquer momento serem lembrados das ações já desenvolvidas para o crescimento do aluno;
6- Oportunizar momentos/encontros mensais entre família e escola (professores, direção, coordenação, orientação) para conversas nas quais o foco seja o desenvolvimento do aluno. Atenção: não é espaço para discutir notas, resultado de avaliação formal, mas sim, para buscar as melhores e mais adaptadas práticas pedagógicas em conjunto;
7- Divulgar, divulgar e divulgar sempre as atividades da escola! Comunicação efetiva é fundamental e nunca é demais.
Desenvolver competência em relacionamento interpessoal exige dedicação diária em situações variadas e com assertividade também variável. Não é um desafio simples, mas totalmente factível para aqueles que ousam transformar o mundo por meio da Educação! Vamos juntos?
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Autora: Célia Bitencourt
Assessora Pedagógica – SAE DIGITAL
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